Grupo é formado por integrantes das forças especiais do Exército, especializados em 'guerra irregular', como Ridauto Fernandes
A investigação conduzida pela Polícia Federal sobre os tumultos ocorridos em 8 de janeiro em Brasília avançou consideravelmente, revelando evidências de que os membros das Forças Especiais do Exército, conhecidos como "kids pretos," estiveram infiltrados entre os manifestantes golpistas que tentaram invadir as sedes dos Três Poderes. Essa tropa de elite, especializada em missões de alto risco e operações de guerra irregular, supostamente desempenhou um papel estratégico na condução dos tumultos, segundo reportagem da jornalista Malu Gaspar.
As suspeitas sobre a participação dos "kids pretos" nos eventos foram inicialmente levantadas em uma reportagem da revista Piauí, que identificou táticas típicas das Forças Especiais nas imagens daquele dia caótico. Durante as investigações subsequentes, a PF colheu depoimentos e analisou mais evidências que sugerem que esses militares foram os primeiros a invadir o Congresso Nacional, facilitando a entrada de outros manifestantes. Eles utilizaram balaclavas (gorros pretos característicos das Forças Especiais) e luvas, abrindo passagens no teto do Congresso e adentrando a Câmara dos Deputados por meio de uma escada improvisada feita com gradis.
Vários manifestantes detidos por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) mencionaram a presença dos "kids pretos" no meio da multidão e alegaram ter recebido orientações deles. O mesmo método foi utilizado na invasão do Palácio do Planalto. A PF enfrenta agora o desafio de identificar de maneira precisa os militares envolvidos e avaliar o grau de sua participação nas invasões, com base em imagens e depoimentos. Alguns dos "kids pretos" já estão sob investigação, incluindo o general da reserva Ridauto Fernandes, que se notabilizou por suas declarações em apoio a uma intervenção militar e à ditadura militar, além de ocupar cargos importantes no governo Bolsonaro.
Outros integrantes das Forças Especiais também ocuparam posições de destaque na administração anterior, como o general Luiz Eduardo Ramos e Eduardo Pazuello. O tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, revelou em sua delação à PF que o presidente realizou reuniões no Palácio da Alvorada para discutir minutas de intervenção militar entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2022, contando com o apoio do comandante da Marinha. As investigações prosseguem, e novos detalhes devem emergir à medida que o caso avança.
Fonte: Brasil 247 com reportagem da jornalista Malu Gaspar
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