sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Hamas rejeita ultimato israelense para evacuar a população palestina no norte da Faixa de Gaza

 Movimento considera ultimato "guerra psicológica"

Militantes políticos do Hamas (Foto: Reuters)

O chefe do Escritório de Mídias da Palestina na Faixa de Gaza, Salama Maruf, declarou que o aviso de evacuação da área mais densamente povoada do enclave costeiro, onde vivem mais de 1,1 milhão de palestinos, era uma tentativa de Israel de "emitir propaganda falsa, com o objetivo de semear a confusão entre os cidadãos e prejudicar a coesão interna".


O responsável palestino classificou a convocação israelense como "guerra psicológica" contra o povo palestino e pediu aos habitantes do norte do enclave que ignorassem os avisos israelenses e não abandonassem suas casas.

"Dizemos aos ocupantes que nunca abandonaremos nossas casas e permaneceremos aqui", afirmou Maruf em um discurso dirigido a centenas de cidadãos de Gaza que gritavam slogans contra Israel.

"Morremos em pé", este é o recado do povo palestino à ocupação, destacando que, "se um dia quisermos sair daqui, iremos para os territórios ocupados em 1948". 

Ele convocou os palestinos nos territórios ocupados a se levantarem nesta sexta-feira em protesto contra os bombardeios indiscriminados israelenses em Gaza e os incentivou a marchar em direção à Mesquita de Al-Aqsa, em Al-Quds (Jerusalém), e enfrentar as tropas israelenses na Cisjordânia ocupada. 

Na noite de quinta-feira (hora local), o exército israelense deu um ultimato de 24 horas aos responsáveis da Organização das Nações Unidas (ONU) em Gaza para que transfiram para o sul os 1,1 milhão de palestinos que vivem na região norte do enclave costeiro palestino, o que, segundo especialistas, indica uma ofensiva terrestre israelense após seis dias de incessantes bombardeios aéreos que causaram mais de 1.500 mortes.

Até à data, mais de 423 mil palestinos fugiram das suas casas na Faixa de Gaza após sete dias de ataques aéreos, segundo dados publicados pelo Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários.

Fonte: Brasil 247

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