Jornal colocou no mesmo balaio veículos digitais com equipes profissionais, como o Brasil 247, e outros ligados à extrema-direita, com o objetivo de retirar a credibilidade
Uma reportagem da Folha de S. Paulo publicada na edição impressa deste sábado e assinada pela jornalista Patrícia Campos Mello lançou um novo ataque à mídia digital independente. Sob o título "Acesso à mídia profissional reduz crença em fake news eleitoral", o texto aborda um estudo sem consistência científica que parece ter sido feito sob medida para retirar a credibilidade de veículos digitais de jornalismo profissional, como é o caso do Brasil 247, que reúne em sua equipe jornalistas com vasta experiência como Leonardo Attuch, Florestan Fernandes Júnior, Tereza Cruvinel, Mario Vitor Santos, Paulo Moreira Leite, Dayane Santos, Hildegard Angel, José Reinaldo Carvalho, Regina Zappa, Alex Solnik, Marcelo Auler e Denise Assis, entre vários outros.
Segundo a reportagem de Campos Mello, o estudo "O nexo da desinformação eleitoral: como o consumo de notícias, uso de plataformas e confiança no noticiário influenciam a crença em desinformação eleitoral", realizado pela pesquisadora Camila Mont'Alverne, aponta que o consumo de notícias da velha mídia impressa produz menor desconfiança em relação à segurança do processo eleitoral no Brasil do que o consumo de veículos digitais.
O erro do estudo de Camila, feito em parceria com o Instituto Reuters, foi a amostragem criada por ela. Ao criar um grupo de veículos da velha mídia, ela reuniu empresas de comunicação mais homogêneas, como Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo e Globo. No entanto, ao criar uma mostra que inclui veículos nativos digitais, como Brasil 247, Metrópoles e DCM, ela também incluiu sites do ecossistema bolsonarista, frequentemente associados à desinformação eleitoral, como Brasil sem Medo e Jornal da Cidade Online. Ou seja, a amostra parece ter sido direcionada para produzir o resultado desejado: a velha mídia seria confiável, ao contrário das novas mídias.
Ao que tudo indica, o estudo parece ser voltado para sustentar o lobby dos veículos que querem manter o controle da informação no Brasil – e que se vendem ao público como únicos portadores do "jornalismo profissional". Em última instância, o trabalho de Camila parece voltado para influenciar o debate que visa desmonetizar a mídia independente e desviar recursos das plataformas digitais para a velha mídia, que seria supostamente mais segura contra a desinformação. Procurada pelo 247, Camila Mont'Alvergne não se pronunciou sobre as inconsistências técnicas do seu trabalho.
Fonte: Brasil 247
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