O ex-senador bolsonarista Telmário Mota
(Solidariedade) foi preso em Goiás na noite da última segunda-feira (30). Mota
é suspeito de ser o mandante do assassinato de Antônia Araújo de Sousa, de 52
anos, que também é a mãe de sua filha de 18 anos, a qual o acusou de estupro às
vésperas das eleições de 2022.
De acordo com o delegado André Fernandes, Telmário havia ido de avião
até Brasília e de ônibus para Goiás.
“A gente já tinha a casa que ele estava, ficamos de
cumprir o mandar de prisão hoje no período da manhã, só que quando o coronel
foi até o local para mandar a localização para equipe que ia fazer a campana,
Telmário estava chegando em casa”, disse.
À polícia, Telmário disse que chegou a Goiás na
última quinta-feira (26) e estava escondido na casa de uma conhecida. A prisão
aconteceu na noite da última segunda-feira (30), após uma troca de informações
entre a Polícia Militar (PM) e a Polícia Civil.
Prisões dos envolvidos
Ao longo do dia, a Polícia Civil de Roraima efetuou
a prisão de Leandro Luz da Conceição, o indivíduo suspeito de efetuar o disparo
que resultou na morte de Antônia. Além disso, medidas cautelares, como o uso de
tornozeleira eletrônica, foram aplicadas à assessora do político, Cleidiane
Gomes da Costa.
Até o momento, o sobrinho do ex-senador, Harrison
Nei Correa Mota, também conhecido como “Ney Mentira” e apontado como a pessoa
que liderou a logística e planejamento do crime, permanece foragido.
Durante uma coletiva de imprensa realizada durante
a tarde, a polícia informou que a assessora do ex-senador forneceu informações
que apoiaram as investigações e confirmaram a ligação entre Mota e o crime.
O crime
De acordo com o delegado chefe das investigações, João
Evangelista, a motivação por trás do crime pode estar relacionada à relação
conturbada entre Antônia e Telmário, que se agravou após a denúncia feita por
sua filha em agosto de 2022. A mãe da adolescente foi assassinada no dia 29 de
setembro, apenas três dias antes de ser ouvida como testemunha no processo.
Evangelista revelou que a fazenda
Caçada Real, propriedade do ex-senador, foi o local onde a preparação prévia do
crime aconteceu, incluindo reuniões e treinamentos realizados pelos executores.
O nome da fazenda inclusive serviu como referência para a operação da Polícia
Civil que resultou na prisão do suspeito de ser o mandante.
“Esse crime foi planejado, orquestrado, premeditado. Os indícios
apontam que o ex-senador foi o mandante do crime, que as reuniões e o autor do
disparo fez os treinamentos para uso da arma na fazenda de Telmário”, disse
Evangelista.
A investigação da polícia também se concentra na
identificação do proprietário da arma de fogo usada no crime e no calibre da
arma, que possivelmente é de nove milímetros ou 380. A pistola ainda não foi
localizada.
O que diz a
defesa de Telmário
Em 19 de outubro, Telmário Mota gravou
um vídeo no qual expressou estar ciente de rumores sobre uma operação da
Polícia Civil para prendê-lo. O ex-senador continua negando qualquer
envolvimento no crime, reiterando que não matou Antônia, não ordenou sua morte
e não tem conhecimento sobre os detalhes do assassinato. Ele alega que a
responsabilidade de descobrir a verdade recai sobre as autoridades policiais.
Fonte:DCM
Nenhum comentário:
Postar um comentário