A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico denunciou "preconceito político" do ex-juiz da Lava Jato
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) criticou nesta quinta-feira (19) o documento anunciado por representantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada por integrantes dos Estados Unidos, na América do Norte, e de países europeus - a instituição disse que ex-magistrado "violou o seu dever de imparcialidade" quando era juiz da Operação Lava Jato, em Curitiba (PR). "Promotores federais e um juiz federal agiram com preconceito político em casos envolvendo diversas figuras políticas nacionais, concluindo que o juiz violou o seu dever de imparcialidade", disse a entidade. "Papelão!", reagiu a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), em referência ao parlamentar.
Na rede social X, antigo Twitter, Moro publicou uma mensagem contrária ao posicionamento da OCDE. "Baseia-se na controvertida decisão do STF sobre a suspeição. Aliás, o impacto da Lava Jato no combate à corrupção interna e transnacional é objeto de elogios no relatório e as críticas maiores são para a impunidade que surgiu após o fim da operação".
A parlamentar do PT comentou a posição do senador. "Mesmo diante de tudo o que foi mostrado até agora sobre o abuso de poder, a politização da operação e de toda a desmoralização, o ex-juiz parcial ainda se arvora em atacar a verdade. Papelão!".
Em 2023, algumas irregularidades de Moro foram denunciadas por entrevistados pelo 247. Em setembro, o advogado Roberto Bertholdo confirmou as revelações do empresário Tony Garcia, de que integrantes do Judiciário participaram da chamada "festa da cueca", com garotas de programa, em Curitiba (PR).Também no mês passado, o jornalista do 247 Joaquim de Carvalho publicou a informação divulgada em primeira mão de que Tony Garcia acusou Moro de parcialidade e ilegalidade na atuação do ex-magistrado e de usar o empresário para investigar desembargadores, juízes e ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
De acordo com Tony Garcia, procuradores da chamada "República de Curitiba" tinham conhecimento da "festa da cueca" envolvendo desembargadores do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4-RS), onde são julgados os processos da segunda instância jurídica na Lava Jato. O empresário disse que Moro usou o evento, para chantagear membros do TRF4. O atual parlamentar, supostamente, teria as gravações. A chantagem seria para que magistrados do tribunal atendessem a interesses do ex-juiz.
Em junho, o empresário disse ter sido instruído na Lava Jato a dar uma entrevista à Veja e fornecer à revista informações que pudessem comprometer a carreira do ex-ministro José Dirceu (PT). O delator afirmou que Moro transformou "Curitiba na Guantánamo brasileira". O denunciante disse que, a mando do ex-juiz, gravou de forma ilegal o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) em 2018. O ministro do STF Dias Toffoli determinou apuração sobre as denúncias feitas por Garcia.
Moro vem sofrendo algumas derrotas judiciais nos últimos anos. Em junho de 2022, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) decidiu que ele não poderia ser candidato pelo estado de São Paulo por fraude em domicílio eleitoral. Em 2021, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) declararam a suspeição do ex-juiz nos processos contra o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Fonte: Brasil 247
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