terça-feira, 3 de outubro de 2023

Campos Neto elogia Lula e diz que ele "dedica mais tempo a ouvir do que Bolsonaro"

 Presidente do Banco Central tenta construir pontes com o presidente da República

Lula e Roberto Campos Neto (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Adriano Machado/Reuters)

Em entrevista concedida ao programa "Conversa com Bial", da TV Globo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, abordou as diferenças em suas conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Campos Neto observou que Lula demonstra maior disposição para ouvir e paciência para as conversas, contrastando com Bolsonaro, a quem descreveu como "disperso". Segundo reportagem do Valor, Campos Neto explicou que teve a oportunidade de conversar com Lula em duas ocasiões, uma delas ocorrida no final do ano passado e outra mais recentemente. Nas palavras do presidente do Banco Central: "O Lula gasta mais tempo prestando atenção no que você fala, dedica mais tempo e tem mais paciência para as conversas. O Bolsonaro era mais rápido, eu sabia que quando tinha uma conversa com ele eu tinha três minutos para falar alguma coisa, depois dos três minutos seria mais difícil porque ele ficava mais disperso".


Essa comparação revela a distintiva abordagem de comunicação entre os dois ex-presidentes, que, por sua vez, influencia o modo como Campos Neto se adapta para interagir com cada um deles.

Campos Neto também mencionou uma recente reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, na qual participou junto a Lula e Fernando Haddad, um gesto de aproximação após meses de críticas do presidente Bolsonaro à política de juros do Banco Central. Ele descreveu a conversa com Lula como "longa" e que durou uma hora e meia, ressaltando que ouviu mais do que falou, indicando a importância de entender e se adaptar à forma de comunicação de cada pessoa.

O presidente do Banco Central enfatizou sua disposição para o diálogo e a autonomia que sempre teve no governo de Bolsonaro em relação ao seu trabalho. Ele mencionou que chegou a expressar a Bolsonaro sua opinião sobre a utilização dos recursos da extensão do auxílio emergencial para a "busca da vacina", com base em informações sobre a gravidade da situação da pandemia que havia obtido.

Campos Neto também destacou seu relacionamento com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a busca por um terreno comum no governo, mesmo considerando suas diferenças de pensamento. Além disso, ele comentou sobre seu voto usando uma camisa da seleção brasileira, que foi associada aos eleitores de Bolsonaro, afirmando que o voto é uma questão pessoal e privada.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do Valor



Nenhum comentário:

Postar um comentário