sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Zanin fez meio de campo para conversas entre Lula e Barroso

 Argumentação para convencê-los da importância dos encontros baseou-se na necessidade de recolocar a relação em termos institucionais, especialmente após os eventos de 8 de janeiro

O presidente Lula e os ministros Cristiano Zanin e Luís Roberto Barroso (Foto: Agência Brasil | Nelson Jr./SCO/STF)

posse do ministro Luís Roberto Barroso como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (28) foi marcada não apenas pelo tradicional cerimonial, mas também pela aproximação entre o novo chefe do STF e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Antes do evento, uma série de conversas mediadas pelo ministro Cristiano Zanin buscou realinhar as relações institucionais entre os dois, informa a colunista Daniela Lima do portal g1.


Barroso, que sucede a ministra Rosa Weber na presidência do STF, sinalizou internamente seu desejo de conduzir uma gestão sem crise institucional e com respeito ao espaço de cada Poder. Para alcançar esse objetivo, ele aceitou a sugestão de Zanin de mediar um encontro entre ele e Lula, mesmo que suas relações anteriores fossem distantes, especialmente devido à atuação do ministro durante o auge da Operação Lava Jato, quando Barroso era um defensor da operação.

O primeiro encontro, reservado e mediado por Zanin, teve como objetivo principal quebrar o gelo entre os dois líderes políticos. A argumentação de Zanin para convencê-los da importância desse encontro baseou-se na necessidade de recolocar a relação em termos institucionais, especialmente após os eventos de 8 de janeiro e os quatro anos de ataques do Executivo ao STF sob o governo de Jair Bolsonaro (PL).

A estratégia de Zanin funcionou, e na segunda conversa, Barroso e Lula se encontraram sem mediação. Membros do Supremo destacaram que o novo presidente tem sinalizado uma gestão madura, com estrita observação dos limites de atuação de cada Poder, e que Barroso também fez gestos nesse sentido em relação ao Legislativo.

Durante a festa da posse, ocorreram trocas de memórias entre os integrantes da corte sobre o período mais desafiador para a democracia desde o fim da ditadura. O ministro aposentado Ricardo Lewandowski, "mais leve", destacou os desafios enfrentados durante a pandemia. Ele ressaltou que chegou um momento em que perceberam que "não poderiam perder nem mais um milímetro da democracia".

Fonte: Brasil 247 com g1

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