quarta-feira, 13 de setembro de 2023

"Vai caindo a máscara dessa turma", diz Gleisi, após operação da PF sobre corrupção militar

 Presidente do PT criticou o envolvimento do general Braga Netto em supostas irregularidades na intervenção militar no Rio de Janeiro

Gleisi Hoffmann e Walter Braga Netto (Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados | ABr)

A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), não poupou críticas à recente Operação Perfídia da Polícia Federal, que tem como alvo o general Walter Souza Braga Netto, ex-interventor na intervenção federal no Rio de Janeiro, e alegadas irregularidades no uso dos recursos destinados a essa intervenção.

A declaração da deputada veio como resposta às suspeitas de superfaturamento na compra de equipamentos sem licitação, especificamente a aquisição de 9.360 coletes balísticos da empresa norte-americana CTU Security LLC a um preço elevado. A investigação também mira crimes como contratação irregular, dispensa ilegal de licitação, corrupção e formação de organização criminosa.

O contexto da Operação Perfídia é a intervenção federal no Rio de Janeiro, que recebeu um orçamento de R$ 1,2 bilhão. O general Braga Netto, nomeado como interventor, está no centro da investigação, e seu sigilo telefônico foi quebrado por ordem judicial. A operação também envolveu 16 mandados de busca e apreensão em diversos estados do Brasil.

A deputada Gleisi Hoffmann não economizou palavras ao relacionar esse caso com outros episódios controversos que envolveram o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ela mencionou a vacinação, a questão das joias, e a tentativa de golpe. Para Gleisi Hoffmann, esse novo escândalo é mais um exemplo de como os militares se afastaram de seu suposto discurso de moralização.


A investigação da Polícia Federal começou com a cooperação internacional da Agência de Investigações de Segurança Interna dos Estados Unidos (Homeland Security Investigations – HSI). As autoridades americanas descobriram o crime enquanto investigavam o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises, no qual a empresa CTU Security LLC estava envolvida em fornecimento de logística militar. Isso levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a apontar indícios de conluio entre as empresas e suspeitas de conhecimento prévio da intenção de compra dos coletes balísticos pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro, estimando um possível sobrepreço de R$ 4.640.159,40.

O contrato com a CTU Security LLC foi celebrado após a dispensa de licitação em dezembro de 2018, no valor de US$ 9.451.605,60 (equivalente a R$ 40.169.320,80 na época), e o pagamento integral foi feito em janeiro de 2019. Posteriormente, o contrato foi suspenso pelo TCU, e o valor foi estornado em setembro de 2019.

Fonte: Brasil 247


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