Oitiva deverá ser marcada pela tensão gerada pela revelação de que Jair Bolsonaro teve reuniões com a cúpula militar para discutir um golpe de estado
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas ouvirá na próxima terça-feira (26) o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro (PL). A oitiva de Heleno deverá ser marcada pela tensão gerada pela delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que revelou que o ex-mandatário teve reuniões com integrantes da cúpula militar para discutir um golpe de estado visando impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na quinta-feira (21), trechos da delação premiada do tenente-coronel vazados à imprensa apontam que o então assessor especial para Assuntos Internacionais, Filipe G. Martins Martins teria entregue um rascunho de um decreto golpista a Bolsonaro.
No mesmo dia, o jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, revelou que a “agenda secreta” de Bolsonaro também aponta que na manhã do mesmo dia - 18 de dezembro de 2022 - o ex-mandatário também realizou reuniões fora da agenda oficial com importantes figuras do governo, como o então advogado-geral da União, Bruno Bianco, o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, o então comandante da Marinha, Almir Garnier, e o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno. “A reunião com Heleno foi a única que ocorreu após Bolsonaro conversar com Filipe Martins”, destacou o jornalista.
Augusto Heleno já foi ouvido pela CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal em maio. Na ocasião, ele afirmou que os acampamentos golpistas montados por bolsonaristas e partidários da extrema direita em frente aos quartéis eram um "lugar sadio".
Na quinta-feira (28), a CPMI realizará a oitiva de Alan Diego dos Santos, um dos envolvidos na tentativa de um atentado a bomba nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília em 2022.
Em seu depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Alan afirmou ter sido "ameaçado" para transportar a bomba que foi colocada em um caminhão-tanque. O artefato, porém, foi encontrado e detonado com segurança pela polícia. Alan Diego foi preso e condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão .
Fonte: Brasil 247
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