"Os militares do Exército, talvez por não terem treinamento, em duas ocasiões largaram o escudo e correram", disse o tenente da PMDF Marco Teixeira em depoimento gravado
O tenente da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Marco Teixeira, que liderava a 3ª Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) do Batalhão de Choque, afirmou à Justiça Federal que os militares do Exército abandonaram seus escudos e fugiram, enquanto ele e seus homens "lutaram pela própria vida" ao tentar conter os extremistas nas proximidades do Congresso Nacional, durante os atos golpistas do dia 8 de janeiro.
“Fomos repelidos até a primeira guarita do Palácio do Planalto, onde havia um pelotão do Exército. Estávamos em frangalhos e pedimos a intervenção deles. Inicialmente, recebemos uma resposta negativa”, diz Teixeira no depoimento gravado em vídeo, de acordo com a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles.
De acordo com o relato do policial, a colaboração com o Exército não foi imediata. Somente quando extremistas pularam os gradis em direção ao Palácio do Planalto é que o Exército começou a atuar em conjunto com a PMDF. Teixeira relatou que os militares das Forças Armadas chegaram a fugir devido às bombas de gás lacrimogêneo.
"Chegou ao extremo de eu e outros policiais encostarmos o rosto na parede, para conseguir respirar. Os militares do Exército, talvez por não terem treinamento, em duas ocasiões largaram o escudo e correram. Nós (policiais militares) precisamos grudá-los literalmente pela farda e mandá-los voltar", destacou Teixeira.
A situação se agravou a ponto do PM assumir o comando de um pelotão do Exército sem oposição do oficial que estava à frente. “Percebi que eles não estavam conseguindo lidar com a situação. Em determinado momento, eu assumi o comando do pelotão do Exército sem oposição do oficial que estava à frente. Teve até um vídeo que circulou em que o subtenente Beroaldo fala para ele:feito durante o julgamento que inocentou o policial da acusação de lesão corporal leve por aplicar uma rasteira em uma extremista.
Ainda segundo a reportagem, um general a par do assunto ressaltou que os sentinelas do Exército não tinham ordens para deixar o local e auxiliar a PMDF quando o policial pediu socorro. Quanto à fuga de militares após a invasão, argumentou-se que eles não estavam equipados com máscaras contra gás lacrimogêneo, o que poderia ter motivado a retirada.
Sobre Marco Teixeira ter "comandado" o pelotão do Exército, os militares consideraram essa afirmação como um exagero retórico, destacando que houve cooperação, mas não uma transferência formal de comando.
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