A pedido do CNJ, a Polícia Federal irá investigar a origem e o destino do dinheiro oriundo dos acordos de delação e leniência firmados na operação Lava Jato
O ex-juiz suspeito e atual senador Sérgio Moro criticou nesta segunda-feira (18) a decisão do Ministério da Justiça de atender ao pedido do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a Polícia Federal investigar a origem e o destino do dinheiro oriundo dos acordos de delação e leniência firmados na Operação Lava Jato.
Pelas redes sociais, Moro, que foi responsável por julgar as ações da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba, classificou a decisão como "indecência". "Indecente usar o aparato estatal do Governo Federal para investigar crimes e ilícitos imaginários de agentes da lei que recuperaram 6 bilhões de reais roubados da Petrobras. Nenhum tostão foi desviado e não há nenhuma irregularidade na devolução dos valores à vítima, a Petrobras. A palavra que resume Lula e seu Governo é indecência", afirmou o ex-jui Sérgio Moro.
O ministro Flávio Dino afirmou que recebeu nesta segunda-feira (18) um ofício do Corregedor Nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, sobre os indícios de irregularidades. “É um imperativo legal, se eu recebo um documento oriundo do CNJ com a narrativa de crimes, eu sou obrigado a mandar para a polícia judiciária para que ela proceda à investigação”, explicou.
Na semana passada, o relatório parcial de inspeção realizada pelo CNJ na 13ª Vara Federal em Curitiba apontou que os acordos eram homologados pela vara sem todos os documentos necessários, como a apresentação das circunstâncias da celebração e as discussões ocorridas entre as partes. Os magistrados e técnicos que fizeram a inspeção consideraram caótica a gestão da Lava Jato dos recursos arrecadados juntos a empresas brasileiras investigadas. Investigadores encontraram irregularidades na destinação de 2,1 bilhões de reais durante gestão de Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba. "O trabalho correcional encontrou uma gestão caótica no controle de valores oriundos de acordos de colaboração e de leniência firmados com o Ministério Público Federal e homologados pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba", afirmam no relatório do CNJ.
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