terça-feira, 19 de setembro de 2023

Entenda o que está por trás da onda de calor que atinge o Brasil

 Nesta última semana de inverno, diversas regiões do país deverão experimentar temperaturas superiores a 40ºC

(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Nesta semana, a última do inverno, diversas regiões do Brasil estão previstas para experimentar temperaturas superiores a 40ºC. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de perigo em relação à iminente onda de calor que se iniciou na segunda-feira (18) e que deverá abranger grande parte do país ao longo da semana. Espera-se que essa situação se torne ainda mais intensa a partir de sexta-feira (22). O aviso meteorológico especial de nível laranja (indicando perigo) é acionado quando as temperaturas excedem a média histórica para o período em pelo menos 5ºC durante três dias consecutivos ou mais, explica o Estado de S. Paulo. Durante a semana, as temperaturas máximas devem ultrapassar os 40ºC em áreas do Centro-Oeste e Norte do Brasil, bem como em regiões do interior de São Paulo. Na capital paulista, prevê-se que as temperaturas máximas ultrapassem os 35ºC a partir de sexta-feira.


O meteorologista do Inmet, Heráclio Alves, observa que essa mudança nas condições climáticas não é considerada atípica para esta época do ano. “Estamos no fim do inverno, que é uma estação mais seca, num momento em que as temperaturas começam a subir, e passamos a ter essas massas de ar quente e seco".

Uma onda de calor se desenvolve quando as condições climáticas predominantes são caracterizadas por tempo seco, aumento da exposição ao sol e é favorecida pelo fenômeno da subsidência atmosférica. Esse fenômeno ocorre quando a pressão atmosférica entre as camadas médias da atmosfera e a superfície terrestre aumenta, elevando assim a temperatura das massas de ar. A configuração de um bloqueio atmosférico relacionado a esse padrão de subsidência contribui para a persistência da onda de calor, impedindo a chegada de frentes frias. Portanto, a maior parte do Brasil deve experimentar dias ensolarados e temperaturas acima do normal para esta época do ano. O calor será particularmente intenso e duradouro em áreas como Santa Catarina e Paraná, grande parte do sudeste e centro-oeste, o interior do Nordeste, Rondônia e Tocantins. Além disso, as regiões do Centro-Sul do Pará e do Centro-Leste do Amazonas também serão afetadas.

O auge desse período de calor está previsto para começar no sábado (23), que marca oficialmente o início da primavera. De acordo com a empresa Climatempo, é possível que novos recordes de temperatura elevada sejam estabelecidos, principalmente em cidades como Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.

De acordo com a Metsul, a maior temperatura oficialmente registrada até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá (MT), nos dias 4 e 5 de novembro de 2020, superando o recorde anteriormente oficial em Bom Jesus (PI), de 44,7°C, estabelecido em 2005. A Metsul também explica que, em algumas cidades como Goiânia e Cuiabá, as médias de temperatura são mais elevadas durante o período entre o inverno e a primavera do que no próprio verão. Isso ocorre devido à presença de chuvas nesta última estação, o que evita temperaturas extremamente altas.

Vale destacar que o fenômeno El Niño, que envolve o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, tende a elevar as temperaturas médias em todo o planeta. Seu ápice está previsto para ocorrer em dezembro. Além disso, esse fenômeno também desempenhou um papel importante na intensidade de ciclones e temporais, como os que afetaram o Rio Grande do Sul nos primeiros dias deste mês, resultando na maior tragédia climática do Estado, com 48 mortes registradas. “Infelizmente, vamos ter mais situações como as deste mês, com episódios de chuva mais frequentes e mais intensos. Esse é o ‘padrão El Niño’ para o Sul”, diz Marcelo Seluchi, diretor-geral do Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Fonte: Brasil 247 com jornal O Estado de S. Paulo

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