O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá
nesta quarta-feira (20), e há previsões de que reduzirá a taxa básica de juros
da economia de 13,25% para 12,75% ao ano. Esse evento é aguardado com grande
expectativa pelos economistas das instituições financeiras e a decisão oficial
será divulgada por volta das 18h30.
Este potencial ajuste representaria o segundo corte
consecutivo na taxa Selic, que começou a diminuir em agosto deste ano. Caso
seja confirmado, a taxa de 12,75% ao ano seria a mais baixa desde maio de 2022,
quando estava em 11,75% ao ano, marcando, assim, o menor índice em 16 meses.
A perspectiva de redução da taxa de
juros para 12,75% ao ano se baseia em indicativos fornecidos pelo próprio Banco
Central. Em seu comunicado na última reunião, quando a taxa foi diminuída em
0,5 ponto percentual, o Copom mencionou a possibilidade de continuar com uma
“redução de magnitude equivalente” à adotada naquela ocasião.
De acordo com as projeções dos
analistas do mercado financeiro, a tendência é que a taxa Selic continue em
queda nos meses seguintes, encerrando o ano de 2023 em 11,75% ao ano. Para o
final de 2024, a estimativa é que a Selic alcance 9% ao ano.
A fim de estabelecer a taxa básica de juros e conter a inflação, o
Banco Central está focando nas metas para o próximo ano e no objetivo de
inflação de 12 meses, que se inicia em 2025.
A taxa Selic, como principal instrumento de política
monetária, é usada pelo Banco Central para controlar a inflação. Um aumento na
inflação reduz o poder de compra das pessoas, especialmente aquelas com
salários mais baixos, uma vez que os preços dos produtos sobem sem que os
salários acompanhem esse crescimento.
Apesar do aumento da inflação em agosto
deste ano, que somou 4,61% em doze meses, analistas avaliam que isso já era
projetado. Além disso, pontuam que os dados da inflação subiram menos que o
esperado.
“Então, ainda há indícios técnicos para
haver esta redução [dos juros]”, disse Dierson Richetti, sócio da GT Capital.
Os juros mais baixos no Brasil terão várias implicações
na economia, incluindo; Redução das taxas bancárias, com expectativa de que os
cortes de juros sejam repassados aos clientes; Estímulo ao crescimento da
economia, com perspectiva de melhoria no consumo da população e nos
investimentos produtivos; Melhoria das contas públicas, uma vez que as reduções
de juros diminuem as despesas com juros da dívida pública, resultando em
economia significativa e Impacto nas aplicações financeiras, com rendimentos potencialmente
menores em investimentos de renda fixa, como Tesouro Direto e debêntures.
Os economistas também observam que o PIB de 2023 está
apresentando resultados melhores do que o previsto, mas não deve impactar
significativamente a inflação. Contudo, a alta na atividade econômica pode
aumentar os preços, o que mantém a expectativa de cortes na taxa de juros nas
reuniões até o final do ano.
Nesse contexto, o mercado aguarda com interesse a
reunião do Copom nesta quarta-feira, bem como as duas próximas reuniões
previstas para 1º de novembro e 13 de dezembro.
O CEO da Loara Crédito, Adilson Seixas, aponta fatores como a
desaceleração econômica prevista para o próximo ano e a melhoria do cenário
fiscal do país como justificativas para a previsão de redução contínua da taxa
Selic.
“No mercado interno, também podemos enfrentar nos
próximos meses uma desaceleração da economia, devido aos resultados dos juros
altos que se estenderam por um longo período, além da melhora da percepção de
risco político-fiscal no país”, afirmou.
“Esses cenários são alguns pontos de atenção para o
Banco Central seguir reduzindo a taxa Selic ao longo de suas próximas
reuniões”.
Já o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi,
espera que o Copom mantenha uma abordagem cautelosa e gradual, com cortes de
0,50 ponto percentual em todas as reuniões deste ano. Ele projeta que a Selic
termine 2023 em 11,75% e continue a cair em 2024, atingindo 9,50%.
“Ainda vemos o Copom com uma mensagem de cautela e
parcimônia. Portanto, esperamos um corte de 0,50% na quarta-feira. Para os anos
fechados, esperamos que a Selic termine 2023 em 11,75%, com o ciclo se
estendendo no próximo ano, com a taxa Selic fechando 2024 em 9,50%”, afirmou.
Fonte: DCM
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