"O Brasil voltou, portanto, ao leito da sua política externa que ficou respeitada no mundo", disse a jornalista sobre o discurso de Lula na abertura da 78ª Assembleia Geral da ONU
A jornalista Míriam Leitão qualificou o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) como “bonito, forte e sem ruídos”. “Ele centrou a sua fala na denúncia da desigualdade mostrando que vários problemas da humanidade são resultado dessa desigualdade seja de renda, de poder, de raça e gênero”, destacou ela em sua coluna no jornal O Globo.
Ainda segundo Míriam Leitão, em um momento em que 735 milhões de pessoas sofrem com a fome, Lula pediu que essa realidade não seja considerada normal e destacou os gastos excessivos em armamento, incluindo US$ 881 bilhões em armas nucleares.
“Lula resgatou nesses discursos, posições tradicionais do Itamaraty. Só para lembrar essas raízes da diplomacia brasileira, em 1963, o embaixador João Augusto de Araújo Castro, fez um famoso pronunciamento na ONU lançando a ideia dos três D’s, em que ele criticou fortemente os países ricos e defendeu a Descolonização, o Desenvolvimento e o Desarmamento. O Brasil voltou, portanto, ao leito da sua política externa que ficou respeitada no mundo”, ressaltou a jornalista utilizando a frase de Lula que simboliza o retorno do Brasil ao cenário internacional.
A defesa de um lugar no Conselho de Segurança da ONU ganhou destaque, especialmente com a ausência de quatro dos membros permanentes na Assembleia Geral. "A defesa dessa cadeira apareceu não como um capricho ou uma vontade do Brasil, mas uma necessidade de reforma da ONU para que seja mais eficiente no combate a esses problemas globais e como instância para dirimir conflitos. Lembrou que os países membros do conselho de segurança estão travando guerras não autorizadas”, ressaltou.
Para Mìriam Leitão, Lula - que sucedeu ao presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (PL) - acertou no discurso ao afirmar que “esse é um fenômeno global. Ele avaliou que é o fim do neoliberalismo que está alimentando essa extrema direita e que "graças à democracia ele voltou ao governo e, portanto, a retornar àquela Assembleia”, finalizou.
Fonte: Brasil 247
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