Os advogados de Jair Bolsonaro negaram sua participação em “qualquer movimento ou projeto” golpista e disseram que ele “sempre jogou dentro das quatro linhas” da Constituição. A defesa do ex-presidente divulgou uma nota rebatendo as declarações de Mauro Cid, que disse à Polícia Federal que ele promoveu reuniões com a cúpula das Forças Armadas para dar um golpe de Estado.
A nota é assinada pelos advogados Paulo Amador Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten, que também atuam como assessores de Bolsonaro. Eles ainda afirmam que o ex-presidente “adotará as medidas judiciais cabíveis contra toda e qualquer manifestação caluniosa”.
Em sua delação à PF, Cid disse que Bolsonaro recebeu uma minuta de decreto de seu assessor, Filipe Martins, com o objetivo de convocar novas eleições e autorizar prisão de adversários políticos. Ele ainda disse que o então presidente discutiu o conteúdo desse documento como militares de alta patente, incluindo o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, que teria apoiado o plano.
Segundo o ex-ajudante de ordens, o documento foi recebido por Bolsonaro após sua derrota nas eleições, quando Lula saiu vitorioso. Ele teria sido entregue por Martins durante uma reunião que contou com a presença de advogado constitucionalista e um padre.
A PF agora apura se o documento é a mesma minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Cid também deu mais detalhes sobre outros inquéritos à corporação, como os supostos esquemas de venda de joias e fraudes em certificados de vacinação, além de suspeitas de desvio de recursos públicos do Palácio do Planalto.
Leia a nota dos advogados do ex-presidente na íntegra:
A defesa do Presidente Jair Bolsonaro, diante das notícias veiculadas pela mídia na data de hoje sobre o suposto conteúdo de uma colaboração premiada, esclarece que:
1. Durante todo o seu governo jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei, ou seja, sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição Federal;
2. Jamais tomou qualquer atitude que afrontasse os limites e garantias estabelecidas pela Constituição e, via de efeito, o Estado Democrático de Direito.
3. Reitera que adotará as medidas judiciais cabíveis contra toda e qualquer manifestação caluniosa, que porventura extrapolem o conteúdo de uma colaboração que corre em segredo de Justiça, e que a defesa sequer ainda teve acesso.
Fonte: DCM
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