quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Zambelli admite relação com Delgatti e chama invasão ao sistema do CNJ de 'brincadeira de mau gosto'

 Deputada confirmou ter promovido encontro de Delgatti com Bolsonaro sobre urnas em 2022, mas negou envolvimento em invasão ao sistema do CNJ para atacar Alexandre de Moraes

Walter Delgatti, Carla Zambelli e Alexandre de Moraes (Foto: Reprodução/Twitter | LR Moreira/Secom/TSE)

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) reconheceu, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (2), que possui "relação" com o hacker Walter Delgatti Neto. A bolsonarista ainda chamou de "brincadeira de mau gosto" a invasão orquestrada com Delgatti ao sistema do Conselho Nacional de Justiça, em janeiro, para incluir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Tanto Zambelli quanto o hacker foram alvos de uma operação da Polícia Federal na manhã de hoje relacionada ao caso.

"O que tenho de relação com o Walter é que o conheci, saindo de um hotel. Vivia trocando de telefone, queria falar ao vivo. Nos vimos 3 vezes e conversamos sobre tecnologia. Uma vez o ajudei a vir a Brasilia, ele disse que teria provas e serviços a oferecer ao PL e o levei a Valdemar da Costa Neto, fizemos uma reunião. Ele (Delgatti) se ofereceu para participar de uma espécie de auditoria no primeiro e segundo turno das eleições. Ele encontrou Bolsonaro, que perguntou se as urnas eram confiáveis. Nunca mais houve contato entre eles", declarou a parlamentar, conforme noticiado pelo Globo.


Ainda em 2022, Zambelli se aproximou de Delgatti para usá-lo em uma tentativa de descredibilizar as urnas eletrônicas, no contexto da eleição presidencial. Em agosto, ela promoveu um encontro entre o hacker e Jair Bolsonaro (PL), em que o ex-ocupante do Planalto teria perguntado se ele conseguiria invadir as urnas eletrônicas caso tivesse acesso ao código-fonte dos dispositivos. Logo após a reunião da dupla, Delgatti foi levado ao Ministério da Defesa para discutir supostas falhas nas urnas com os militares - que, em novembro, entregaram ao Tribunal Superior Eleitoral um relatório sobre o processo eleitoral baseado nas explicações do hacker. O documento levantava suspeitas sobre a segurança das urnas.

Sobre a invasão aos sistemas do CNJ em janeiro, a deputada negou ter envolvimento: "eu gastaria R$ 3 mil para participar de uma brincadeira de mau gosto? Isso do CNJ é uma brincadeira de mau gosto. Eu não gastaria dinheiro para fazer uma brincadeira de mau gosto com o Moraes. Eu sou uma deputada séria , que sabe o que é certo e o que é errado."

Fonte: Brasil 247

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