Deputada confirmou ter promovido encontro de Delgatti com Bolsonaro sobre urnas em 2022, mas negou envolvimento em invasão ao sistema do CNJ para atacar Alexandre de Moraes
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) reconheceu, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (2), que possui "relação" com o hacker Walter Delgatti Neto. A bolsonarista ainda chamou de "brincadeira de mau gosto" a invasão orquestrada com Delgatti ao sistema do Conselho Nacional de Justiça, em janeiro, para incluir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Tanto Zambelli quanto o hacker foram alvos de uma operação da Polícia Federal na manhã de hoje relacionada ao caso.
"O que tenho de relação com o Walter é que o conheci, saindo de um hotel. Vivia trocando de telefone, queria falar ao vivo. Nos vimos 3 vezes e conversamos sobre tecnologia. Uma vez o ajudei a vir a Brasilia, ele disse que teria provas e serviços a oferecer ao PL e o levei a Valdemar da Costa Neto, fizemos uma reunião. Ele (Delgatti) se ofereceu para participar de uma espécie de auditoria no primeiro e segundo turno das eleições. Ele encontrou Bolsonaro, que perguntou se as urnas eram confiáveis. Nunca mais houve contato entre eles", declarou a parlamentar, conforme noticiado pelo Globo.
Ainda em 2022, Zambelli se aproximou de Delgatti para usá-lo em uma tentativa de descredibilizar as urnas eletrônicas, no contexto da eleição presidencial. Em agosto, ela promoveu um encontro entre o hacker e Jair Bolsonaro (PL), em que o ex-ocupante do Planalto teria perguntado se ele conseguiria invadir as urnas eletrônicas caso tivesse acesso ao código-fonte dos dispositivos. Logo após a reunião da dupla, Delgatti foi levado ao Ministério da Defesa para discutir supostas falhas nas urnas com os militares - que, em novembro, entregaram ao Tribunal Superior Eleitoral um relatório sobre o processo eleitoral baseado nas explicações do hacker. O documento levantava suspeitas sobre a segurança das urnas.
Sobre a invasão aos sistemas do CNJ em janeiro, a deputada negou ter envolvimento: "eu gastaria R$ 3 mil para participar de uma brincadeira de mau gosto? Isso do CNJ é uma brincadeira de mau gosto. Eu não gastaria dinheiro para fazer uma brincadeira de mau gosto com o Moraes. Eu sou uma deputada séria , que sabe o que é certo e o que é errado."
Fonte: Brasil 247
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