sábado, 26 de agosto de 2023

Vereador que propôs ‘Dia do Patriota’ em Porto Alegre foi cassado; Dino diz que lei será eliminada


Bolsonaro com o vereador de Porto Alegre Alexandre Bobadra, idealizador do ‘Dia do Patriota’


 A Câmara de Vereadores de Porto Alegre promulgou uma lei que institui o 8 de janeiro como “Dia Municipal do Patriota”.

A ideia foi do vereador Alexandre Bobadra (PL) em 15 de março. Cinco meses depois, ele teve a cassação confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral do RS (TRE-RS) por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação.


Um golpista querendo homegear golpistas.

Bobadra foi alvo de ação eleitoral de três candidatos do antigo PSL (hoje União Brasil, após fusão com o DEM), que o acusaram de concentrar os recursos do fundo eleitoral e do tempo de propaganda eleitoral na campanha de 2020.

Nas redes sociais, ele se define como “conservador” e “cristão” e costuma espalhar fake news. O escândalo das joias, por exemplo, vira “narrativa das joias” nas palavras de Bobadra.

“A direita está de parabéns. Data que a esquerda também utilizou para criar o Dia da Democracia. Parabéns aos brasileiros e a Porto Alegre pela coragem em instituir o Dia do Patriota no calendário de datas comemorativas da capital dos gaúchos”, escreveu ele no Twitter.

Bobadra propôs dar a Bolsonaro o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre por uma série de “avanços significativos”, como o “fim da corrupção sistêmica” no governo brasileiro.

Até agora, o STF já aceitou denúncias e transformou em réus 1.290 acusados de autoria ou participação nos atos antidemocráticos de janeiro. Eles são acusados de crimes como associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, foi direto ao ponto: “Uma lei pode homenagear uma data de perpetração de crimes, como o 8 de janeiro ? Ainda mais associando crimes a patriotismo ? Sob a ótica do Direito Constitucional, a resposta é muito clara. A lei afronta os princípios da moralidade, da forma republicana, do sistema representativo e do regime democrático. A expunção da lei é uma questão de tempo.”

Fonte: DCM

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