"Eu não tenho medo de ninguém, não, Coronel. Se eu sou o comandante aqui da área, a área é minha. Eu não vou autorizar, não", disse Flávio de Alencar a Marcelo Casimiro
A denúncia do Ministério Público Federal contra os principais líderes da Polícia Militar do Distrito Federal por negligência na resposta aos atos golpistas de 8 de janeiro revela a intenção dos dirigentes da instituição de impedir a intervenção da Força Nacional, convocada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB). Em mensagens obtidas durante as investigações, dois oficiais encarregados da operação no dia da invasão de prédios públicos admitem que planejam impedir a participação das forças federais, relata o jornal O Globo.
Sob a designação do coronel Marcelo Casimiro para liderar as operações no terreno, o Major Flávio de Alencar responde a uma postagem do jornal O Globo que informa sobre a autorização do Ministério da Justiça para a mobilização da Força Nacional. Através de um áudio, Alencar comunica a Casimiro sua decisão de não autorizar o auxílio da Força Nacional. "Comando, vou falar logo pro senhor, viu? Se eu estiver amanhã de comandante de… Da, da manifestação, como estarei, eu não vou permitir a atuação da Força Nacional na nossa Esplanada, viu? Não vou autorizar".
Conforme relato do Ministério Público Federal, Casimiro afirmou que teria sido previamente decidido que a participação da Força Nacional se limitaria a áreas afastadas da Esplanada e da Praça dos Três Poderes, como a sede da Polícia Federal e o Ministério da Justiça. No dia subsequente, o major, encarregado das tropas, reiterou sua posição a Marcelo Casimiro, rejeitando mais uma vez a presença da Força Nacional: "Coronel, vou falar uma coisa pro senhor, Coronel. Eu não tenho medo de ninguém, não, Coronel. Se eu sou o comandante aqui da área, a área é minha. Eu não vou autorizar, não. Já vou deixar o senhor já ciente".
Mesmo assim, destaca o MPF, Alencar foi mantido no comando da operação por Casimiro. "Flávio reforçou que confrontaria eventual presença da Força Nacional em campo. Sem prejuízo, o oficial foi mantido por Casimiro no controle da arena de atuação policial militar, em 08 de janeiro de 2023, mesmo diante da injustificável resistência à atuação de outras tropas para manutenção da ordem".
Fonte: Brasil 247 com jornal O Globo
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