“Ele era o comandante máximo de todo esse processo”, afirmou a senadora Eliziane Gama
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília, expressou nesta quarta-feira (16) sua perspectiva de que o ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser indiciado no relatório final que ela apresentará ao colegiado. A avaliação da senadora é fundamentada no papel de liderança que Bolsonaro desempenhou como presidente da República na incitação dos eventos que culminaram em uma tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro deste ano. "Ele era o líder máximo de todo esse processo", declarou Eliziane em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
"Ele era o presidente da República. Ele tinha um poder significativo e uma grande força política. Claro que ao seu redor havia pessoas da Aeronáutica, Exército e Marinha. Um conjunto de militares estava sob sua orientação. Ele era o líder máximo desse processo. É importante não apressar em considerar sua responsabilidade individual até agora. Há também outras pessoas ao seu redor", afirmou. "E precisamos responder à pergunta: Quem orquestrou? Quem instigou os eventos de 8 de janeiro? O indiciamento é altamente provável por essa razão", acrescentou a senadora.
Além de Bolsonaro, outro elemento institucional que deve estar presente em seu relatório sobre os acontecimentos de 8 de janeiro são as Forças Armadas. O Exército, a Marinha e a Aeronáutica receberão reconhecimento positivo no documento elaborado por Eliziane. Para ela, a resistência ao golpe foi possível devido ao papel desempenhado pelo alto comando militar. "Penso que as Forças Armadas no Brasil, especialmente o Alto Comando, evitaram um golpe no país. A instituição como um todo não cedeu à provocação e, como resultado, não houve um golpe. No entanto, aqueles que incitaram esses atos precisam ser responsabilizados", afirmou Eliziane Gama.
"Já aprovamos a convocação do general G. Dias. Também proponho a convocação do general Dutra, que aparentemente impediu a desmobilização dos acampamentos. O general Augusto Heleno também é uma das pessoas que precisamos ouvir. A CPI está no meio do processo e temos mais três meses de trabalho pela frente. Não estou poupando ninguém em meu papel como relatora. Estamos seguindo uma linha de investigação para identificar indivíduos que trabalharam para o golpe", acrescentou a congressista.
Fonte: Brasil 247 com jornal O Estado de S. Paulo
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