Em uma das ‘agendas privadas’ estava também Augusto Aras. Registros dos encontros estão em e-mails obtidos pela CPMI do 8 de janeiro
A vice-procuradora geral da República, Lindôra Araújo, emitiu pareceres favoráveis a Jair Bolsonaro (PL) em ao menos quatro ocasiões próximas às "agendas privadas" que tinha com o ex-ocupante do Planalto, sendo que tais encontros não eram divulgados pelo governo e nem pelo Ministério Público Federal, informa o jornal O Globo.
Além disso, emails obtidos pela CPMI do 8 de janeiro apontam a presença do procurador-geral da República, Augusto Aras, em pelo menos um destes encontros fora da lista de compromissos oficiais. Foi o caso em 2 de maio de 2022, quando o trio esteve junto e, coincidentemente, três semanas depois, Lindôra se manifestou inocentando Bolsonaro de acusações de racismo após ele ter perguntado a um apoiador negro se este "pesava mais de sete arrobas".
Antes disso, em 11 de abril, a vice-PGR encontrou-se com Jair e seu filho Flávio, senador da República, que também é apontado como um dos padrinhos da indicação da subprocuradora para o cargo. Oito dias após tal encontro, Lindôra enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) afirmando não ver indícios de crime de Bolsonaro no inquérito que apurava o envolvimento de dois pastores lobistas na liberação de verbas do MEC.
Após uma terceira "agenda privada", em 10 de agosto, a vice-PGR defendeu, duas semanas depois, no dia 24 do mesmo mês, que o STF deveria arquivar um pedido feito por congressistas para a abertura de um inquérito contra Jair pela reunião golpista com embaixadores internacionais ocorrida em 18 de julho. A mesma reunião, em que o ex-chefe do Executivo atacou o sistema eleitoral brasileiro, foi o motivo de sua inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023.
Além disso, no mesmo dia 24 de agosto em que Lindôra pediu tal arquivamento, a vice-PGR também emitiu manifestação crítica ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, por ele ter determinado a busca e apreensão de oito empresários bolsonaristas que defendiam um golpe de Estado e uma ditadura de extrema direita via conversas em um grupo de WhatsApp.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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