quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Michelle é aconselhada a não fazer piada sobre joias sauditas para evitar complicações para o irmão que trabalha com Tarcísio

 Relatório da PF aponta que Marcelo Camara, assessor especial do governador de São Paulo, combinou com Mauro Cid entrega de mala com esculturas para venda nos EUA

Michelle Bolsonaro e joias (Foto: Carolina Antunes/PR | Divulgação)

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi aconselhada por seus advogados a parar de fazer piadas  relacionadas ao escândalo das joias sauditas que deveriam ser incorporadas ao Estado Brasileiro, mas que Jair Bolsonaro (PL) tentou se apropriar.  Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o conselho se deve ao fato de que um irmão de Michelle, que é investigada no escândalo, ter o seu nome incluído em um relatório da Polícia Federal (PF). “Até agora, o nome dele passou praticamente despercebido, mas o “fogo amigo” no Palácio dos Bandeirantes pôs combustível na trama”, destaca a reportagem. 

O alerta se deve às mensagens encontradas pela PF no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que apontam que Marcelo Camara, assessor do então presidente, indagou o militar sobre "a situação de uma mala", que teria sido mencionada pelo "irmão de dona Michelle". Esse irmão é Diego Torres Dourado, assessor especial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). 


A mala em questão continha esculturas recebidas por Bolsonaro do Bahrein, como uma palmeira e um barco de ouro, e foi enviada para os Estados Unidos, onde os presentes oficiais das autoridades do Oriente Médio seriam comercializados. De acordo com a PF, foi o próprio irmão de Michelle quem organizou a entrega da mala com Mauro Cid. Os itens foram transportados no avião que levou Bolsonaro para Orlando, na Flórida (EUA), em 30 de dezembro de 2022, véspera da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O material, contudo, seria revendido em Miami, onde existe um maior número de lojas especializadas na comercialização de objetos valiosos. 

A estratégia para garantir a chegada segura da mala a Miami envolveu o empresário Cristiano Piquet, que ajudou a equipe presidencial a encontrar acomodações para Bolsonaro na cidade da Disney e, posteriormente, retirou a mala de Orlando a pedido de Mauro Cid. O general da reserva Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, então morando em Miami, teria sido o responsável por coletar os itens. 

“Desde que foi nomeado como assessor especial de Tarcísio, também em janeiro, o irmão de Michelle procura ser uma espécie de ‘facilitador’ para os bolsonaristas. Controla páginas não oficiais com informações sobre Tarcísio nas redes sociais e faz contatos com a bancada de apoio ao governador na Assembleia Legislativa. Mesmo assim, deputados do PL de Bolsonaro reclamam da articulação política do Bandeirantes”, destaca a reportagem. 

Fonte: Brasil 247 com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo

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