domingo, 27 de agosto de 2023

Lula quer resgatar caráter cívico do 7 de setembro após Bolsonaro transformá-lo em comício político

 Especialmente nos últimos dois anos, Bolsonaro apropriou-se da data com retóricas golpistas. Em 2022, ele aproveitou a ocasião para fazer campanha e descredibilizar as urnas

Lula (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil | Presidência da República)

No primeiro 7 de setembro de seu terceiro mandato, o presidente Lula (PT) pretende contrapor o tom político e ideológico adotado nos últimos quatro anos por Jair Bolsonaro (PL). A proposta do atual governo é dissociar a data do antecessor e retomar o caráter cívico nacional do desfile do Dia da Independência, segundo o Metrópoles. Especialmente nos últimos dois anos, Bolsonaro apropriou-se da data com retóricas antidemocráticas ao criticar a atuação dos outros poderes, em especial o Judiciário. Em 2022, ele também aproveitou a ocasião para propagar ideias de campanha e lançar dúvidas sobre o sistema eletrônico de votação.

A celebração do Dia da Independência neste ano, a primeira após o governo Bolsonaro, acontece sob a sombra das invasões ocorridas em 8 de janeiro nas sedes dos Três Poderes e em meio a investigações em curso sobre possíveis infrações ou omissões por parte de militares.


Outra preocupação do governo é a segurança do evento, visto que não se descarta a possibilidade de novas mobilizações na data abraçada pelo movimento bolsonarista. Dentro dos grupos de apoiadores de Bolsonaro existe uma divisão entre aqueles que defendem protestos e os que preferem reduzir o impacto do evento, com o objetivo de demonstrar a suposta falta de apoio ao presidente Lula.

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), encarregado de fornecer assistência direta e imediata ao presidente da República, indicou que as medidas para o 7 de setembro seguirão o modelo adotado durante a posse presidencial. Naquela ocasião, diante de um clima de tensão em Brasília e no resto do país, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) autorizou o emprego da Força Nacional como apoio e mobilizou mais de mil agentes da Polícia Federal (PF). Contudo, os agentes da corporação não participarão do desfile deste ano, devido a uma série de alterações que estão sendo planejadas pela Secom e que ainda não foram tornadas públicas.

Fonte: Brasil 247 com Metrópoles

Além disso, o governo do Distrito Federal, sob a liderança de Ibaneis Rocha (MDB), também apresentou uma solicitação ao secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, para reforçar o policiamento na data. 

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