O presidente Lula assinou um decreto que autoriza o retorno da
importação de energia elétrica da Venezuela nesta sexta (4). O objetivo da
medida é comprar energia produzida pela hidrelétrica de Guri para abastecer o
estado de Roraima, que ainda não é interligado ao SIN (Sistema Interligado
Nacional).
O petista viajou para o Amazonas na manhã de hoje para o
relançamento do programa Luz para Todos. A compra da energia venezuelana foi
interrompida durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, uma decisão ideológica,
segundo Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia.
“Uma decisão distorcida do interesse público deixou de
comprar essa energia de Guri e passou a comprar energia de três usinas: duas a
gás e uma a óleo, colocando mais de 40 caminhões por dia na BR-174 levando óleo
diesel até a usina”, afirmou à GloboNews.
O decreto determina que sejam estabelecidas políticas
nacionais para “integração eletroenergética com outros países”. Segundo
Silveirao, a ideia é que a medida permita que a linha de transmissão que
conecta a Venezuela ao Brasil seja renovada.
A compra de energia elétrica precisará ser aprovada pela
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) após manifestação do Operador
Nacional do Sistema Elétrico e da deliberação do Comitê de Monitoramento do
Setor Elétrico, que vão analisar o preço e a quantidade.
“Com a assinatura do decreto de importação, estaremos
não apenas autorizando a compra de energia da Venezuela, mas começando a
interligação de energia da América do Sul. Esse decreto permitirá realizar
contratos e trazer energia limpa e renovável da Venezuela, da usina de Guri,
que voltará a ter um papel importante para garantir energia barata e
sustentável ao Estado de Roraima”, afirmou o ministro.
O programa “Luz para Todos” do governo Lula vai focar na
Amazônia, que tem o maior percentual de domicílios sem acesso a energia
elétrica, no terceiro mandato. Os estados com maior proporção de domicílios sem
luz são: Acre (1,7%), Amazonas (1,2%) e Pará (0,9%).
O projeto foi criado em 2003, quando o país tinha 49,1
milhões de domicílios, sendo 1,4 milhão sem acesso a energia elétrica. À época,
os estados com maior percentual de casas sem luz eram Piauí (17,1%), Tocantins
(16,9%) e Maranhão (16%).
Fonte: DCM
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