A vice-procuradora-geral estava de férias nos EUA e foi internada para uma cirurgia de emergência sem data para retomar as atividades. Substituto é garantista antilavajato
Por Luís Costa Pinto, da sucursal do 247 em Brasília - A vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo estava de férias nos Estados Unidos e anteontem foi internada para uma cirurgia de emergência. Não é um tratamento simples e ela entrou de licença médica sem data para regressar à PGR. Em razão disso, o procurador-geral Augusto Aras indicou o subprocurador-geral Humberto Jacques de Medeiros para assumir a coordenação de todo o acervo de ações penais da instituição. A nomeação será publicada amanhã. Humberto Jacques, que foi subprocurador-geral eleitoral, também exerceu a mesma função de coordenação penal entre 2019 e 2020, no início do primeiro mandato de Aras à frente da PGR. Foi ele, inclusive, quem descobriu, denunciou internamente e apurou a existência de um acervo de inquéritos “ocultos” dentro da Procuradoria Geral da República. O esquema, que dava imenso poder a alguns procuradores ungidos pela ala lavajatista da Procuradoria Geral da República, havia sido montado pelo ex-PGR Rodrigo Janot para beneficiar internamente a finada “República de Curitiba”.
Lindôra não deixará o posto de vice-procuradora-geral. O mandato dela nesse ofício está atrelado ao de Augusto Aras na PGR e eles se encerram em 23 de setembro. Humberto Jacques assume de imediato todos os processos criminais que estão sob os cuidados da coordenação penal da Procuradoria Geral da República. Ele conhece boa parte dos casos, por ter atuado lá. Entre os casos que herdará de imediato e que demandam pareceres nos próximos dias estão algumas das ações que tramitam contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, os ex-ministros e ex-assessores dele e integrantes do clã Bolsonaro - entre eles Michele. Caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva opte por não indicar de imediato um sucessor de Aras e a PGR fique sob o comando de um procurador-geral interino (o mais antigo integrante do Conselho Superior do Ministério Público Federal), Humberto Jacques seguiria à frente da coordenação penal sem interrupções e atrasos no andamento dos casos.
Humberto Jacques de Medeiros é considerado um subprocurador-geral extremamente garantista de direitos, assim como o próprio Aras, e perfilou na linha de frente da reação da instituição contra a “Operação Lava Jato”. O nome dele integra o quarteto de perfis que o presidente Lula analisa para o caso de não se decidir pela recondução de Augusto Aras (que tem essa pretensão e já conversou sobre ela com o chefe do Executivo). Os subprocuradores Antônio Carlos Bigonha, apoiado por parlamentares do PT e por alas mais à esquerda do partido, Paulo Gustavo Gonet Branco, cuja candidatura é patrocinada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e Carlos Frederico dos Santos, coordenador das ações de investigação contra a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, completam o rol de perfis em posse do presidente da República.
Fonte: Brasil 247
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