Agência de publicidade alega que não recebeu
por trabalho na pré-campanha de Moro
A Justiça de São Paulo determinou nesta segunda-feira (31) o
bloqueio de R$ 2,3 milhões em recursos do fundo partidário do Podemos. O motivo
foi a cobrança de uma dívida pela agência de publicidade D7 por trabalhos
realizados na pré-campanha do hoje senador Sergio Moro (União Brasil), quando
ele ainda tentava viabilizar sua candidatura à Presidência da República.
A agência foi contratada no início de 2022. Na ação, a
empresa alega que “o prazo de duração do contrato já finalizou e os serviços
foram integralmente executados pela autora, contudo o réu não efetuou o
pagamento da remuneração livremente pactuada, e, mesmo depois de ter sido
notificado extrajudicialmente para fazê-lo, manteve-se inerte”.
A D7 afirma ter produzido pelo menos nove peças publicitárias.
Destas, três tinham como alvo a veiculação em TV, enquanto as outras seis eram
voltadas para a internet. Moro se filiou ao Podemos em novembro de 2021, na
expectativa de disputar a sucessão do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Sem
espaço para suas pretensões, porém, ele deixou o partido em abril de 2022 para
se filiar ao União Brasil, pelo qual acabou se candidatando e se elegendo para
o Senado.
Moro é alvo de duas ações do PL de Bolsonaro e do PT no
Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TCE/PR) por abuso de poder econômico e
caixa 2. As duas ações tramitam em conjunto.
A ação do PL envolve justamente gastos com pré-campanha do
ex-juiz à Presidência da República pelo Podemos. Segundo o partido, a prestação
final de contas da campanha de Moro ao Senado é irregular por não ter incluído
os gastos que o Podemos teve com sua pré-campanha à Presidência. Estimativas
apontam que o ex-partido de Moro gastou entre novembro de 2021 e março de 2022
pelo menos R$ 2 milhões com o ex-juiz. Pelas regras do TSE, os gastos para uma
campanha ao Senado são limitados a R$ 4,4 milhões. O PL argumenta que, se os
valores da pré-campanha pelo Podemos fossem incluídos, os valores efetivamente
gastos podem ter ultrapassado a marca de R$ 6,5 milhões.
O PL pede a cassação de Moro e dois dois suplentes e a
realização de novas eleições para o Senado no Paraná. Também pede que Paulo
Martins assuma interinamente a vaga de senador, até que o novo pleito seja
realizado.
Em março de 2018, Supremo Tribunal Federal decidiu que
novas eleições podem ser convocadas em caso de um prefeito, senador, governador
ou presidente da República ter o mandato cassado pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) mesmo que ainda hajam recursos pendentes no STF. A decisão
evita que políticos com mandato cassado continuem governando enquanto os
recursos tramitam em Instâncias superiores –processo que pode demorar anos.
Fonte: Bem
Paraná
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