Brasil empata com a Jamaica e fica pelo caminho
Em um confronto na manhã desta quarta-feira (2) em Melbourne, na Austrália, a seleção brasileira feminina de futebol ficou no empate em 0 a 0 contra a Jamaica e está eliminada já na fase de grupos da Copa do Mundo.
O semblante devastado de Marta refletia não apenas a eliminação, mas também marcava sua despedida da seleção. A maior jogadora da história, eleita seis vezes a melhor do mundo, já havia anunciado que esta seria sua última Copa.
Esta é a primeira vez que o Brasil é eliminado tão precocemente desde 1995, informa a Folha de S. Paulo. O resultado conduziu a equipe à terceira posição no Grupo F, permitindo que França e Jamaica avançassem para as oitavas de final. Apesar da vitória expressiva de 4 a 0 sobre o Panamá antes do confronto desta quarta, gerando uma falsa sensação de favoritismo, a derrota por 2 a 1 para a França deixou clara a dificuldade da equipe. O domínio do primeiro tempo não foi suficiente para superar as deficiências evidenciadas contra as francesas: dificuldades na troca de passes próximo à área adversária e lentidão excessiva no ataque. A Jamaica, que chegou à rodada decisiva sem sofrer gols na Copa do Mundo, se aproveitou dessas falhas.
Enquanto todos os olhos estavam voltados para Marta, ela se esforçou para corresponder às expectativas, tornando-se a jogadora mais buscada pelas companheiras de equipe. Debinha se movimentava pela direita, e Marta tentou finalizar duas vezes durante o primeiro tempo, porém sem sucesso, devido à marcação adversária. As jogadas mais promissoras surgiram através dos avanços pelas laterais, especialmente com Antônia e Tamires. Um chute perigoso de primeira aos 39 minutos do primeiro tempo, protagonizado por Tamires, se destacou como a jogada mais perigosa do Brasil na etapa inicial.
Para intensificar o poder de fogo, a técnica Pia Sundhage substituiu a meio-campista Ary Borges pela atacante Bia Zaneratto no intervalo. A Jamaica, buscando o empate, adotou uma estratégia defensiva, lançando ocasionalmente bolas longas para Khadika Shaw, atacante do Manchester City.
Com a França garantindo uma vitória tranquila por 5 a 3 sobre o Panamá (após um susto inicial e um gol sofrido no primeiro minuto), o Brasil se viu em necessidade de marcar um gol. À medida que o segundo tempo transcorria, a seleção demonstrava nervosismo, o que impactava negativamente em seu desempenho, com erros frequentes de passe, embora mantivesse a posse de bola. Marta, sentindo-se impotente, viu seu papel diminuir e recuou cada vez mais para buscar a bola, uma estratégia que ela frequentemente adotou no passado, visando criar oportunidades de gol do nada. Sua atuação como titular na partida marcou sua despedida desta Copa do Mundo, após jogar apenas 15 minutos contra o Panamá e 14 minutos diante da França.
Marta, a maior goleadora da história das Copas do Mundo (tanto masculina quanto feminina), com 17 gols, acumulou um total de 122 gols em 189 partidas pela seleção. Sua trajetória é marcada por títulos na Copa América (2003, 2010 e 2018) e medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2003 e 2007. Embora tenha estabelecido recordes de gols, o Mundial foi um torneio que a desafiou. Ela foi vice-campeã em 2007 e perdeu um pênalti na final contra a Alemanha. Em 2019, expressou sua insatisfação com a falta de comprometimento de algumas jogadoras após a eliminação nas oitavas de final diante da França. Nos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008, conquistou medalhas de prata.
A 10 minutos do final da partida, visivelmente exausta, Marta foi substituída por Andressa. Do banco de reservas, restava apenas torcer, marcando o último ato de sua participação em Copas do Mundo e encerrando a jornada do Brasil no torneio sediado na Austrália e Nova Zelândia.
Fonte: Brasil 247 com Folha de S. Paulo
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