Apoiadores silenciam à medida em que surgem novas revelações da venda de presentes oficiais ao Estado brasileiro
A operação da Polícia Federal sobre desvio de joias e presentes oferecidos por autoridades estrangeiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está gerando pressão crescente no Congresso Nacional, causando preocupações entre seus aliados e silêncio por parte de seus apoiadores. De acordo com relatos do jornal Folha de S. Paulo, a investigação aponta para a suposta participação de Bolsonaro no desvio de bens públicos para fins pessoais e enriquecimento ilícito.
Deputados ligados à base do governo do presidente Lula (PT) tomaram medidas acionando tanto a Polícia Federal quanto o Supremo Tribunal Federal (STF). Eles solicitaram a apreensão dos passaportes do ex-presidente e de sua esposa, Michelle Bolsonaro. Além disso, estão buscando obter autorização para quebra de sigilo telefônico, telemático, bancário e fiscal na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de janeiro.
Este é o primeiro momento em que as investigações contra Bolsonaro atingem um tema que seus apoiadores não podem facilmente enquadrar como uma questão ideológica. Por essa razão, muitos estão permanecendo em silêncio, pois não têm uma resposta clara para a situação, relatam aliados do ex-presidente.
Do lado daqueles próximos a Bolsonaro, a visão é que o incidente representa uma "trapalhada", sendo atribuída a culpa ao ex-ajudante de ordens e tenente-coronel preso, Mauro Cid. Eles alegam que, especialmente nos estágios finais do mandato presidencial, Cid acumulou poder e afastou aliados que teriam desaconselhado o ex-presidente a negociar os presentes.
Apesar de não ter sido diretamente alvo das diligências, ao contrário do general Mauro Lourena Cid, pai do ajudante de ordens Mauro Cid, Bolsonaro teve seu sigilo solicitado para quebrar e provavelmente será convocado em breve para prestar depoimento à Polícia Federal. Sua esposa, Michelle, também teve seu sigilo alvo de pedido de acesso.
Além dos desdobramentos jurídicos, o ex-presidente enfrentará mais pressão no Congresso, vindo dos parlamentares alinhados à base de Lula. Dentro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, há um consenso de que a operação forneceu um impulso para a busca da quebra de sigilo de Bolsonaro e Michelle, medida que já havia sido solicitada pela própria Polícia Federal.
Dentro da Câmara dos Deputados, Corrêa e o deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) estão intensificando a coleta de assinaturas para a criação de uma CPI específica para investigar o caso das joias e o envolvimento de Bolsonaro. Até o momento, eles conseguiram 111 assinaturas. Um líder do chamado "centrão" prevê que o grupo obterá rapidamente as 170 assinaturas necessárias, mas permanece incerto se o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), decidirá instaurar a comissão, dado que outra CPI aguarda na fila, a CPI das pirâmides financeiras. Além disso, é necessário esperar o término da comissão que investiga o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), previsto para 14 de setembro, para que haja espaço para novas CPIs.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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