quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Damares ataca Delgatti e ameaça: "a sua vida está em risco" (vídeo)

 A senadora Damares Alves também alegou que o advogado de Delgatti a chamou de “bandida” durante sessão da CPMI do 8/1

Damares Alves (Foto: Reprodução/TV Câmara)

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) participou nesta quinta-feira (17) do depoimento do do hacker Walter Delgatti à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) encarregada de investigar os eventos antidemocráticos de 8 de janeiro. Durante sua intervenção, Damares disse que Delgatti não é um exemplo para os jovens, que o hacker passará "um bom tempo na cadeia" e que sua vida estaria em risco. 

Walter, quero dirigir a você estas palavras: suas declarações foram falsas, sua ligação com o PT já existia desde 2019. Você carregava ressentimento e, embora tenha sido deixado pelo PT quando foi detido, agora virou à direita. Lembro-lhe que a vida é cheia de reviravoltas, e é a sua própria vida que está enfrentando riscos nesse momento. Que Deus possa ter misericórdia de você", afirmou Damares Alves. 


A senadora disse também que teria sido chamado de "bandida" pelo advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira. Damares questionou essa atitude, destacando seu próprio status de senhora e considerando inapropriado o termo "bandida" em referência a ela. Ela revelou que nos próximos 24 horas avaliará a possibilidade de tomar medidas legais contra o advogado em questão.

Leia também matéria da Reuters sobre o depoimento de Walter Delgatti na CPMI dos Atos Golpistas:

Hacker diz que Bolsonaro lhe ofereceu indulto para questionar urnas e assumir suposto grampo contra Moraes

(Reuters) - O hacker Walter Delgatti Neto disse nesta quinta-feira em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro que o ex-presidente Jair Bolsonaro lhe ofereceu um indulto em troca de colocar em dúvida a lisura das urnas eletrônicas e de assumir a autoria de um grampo telefônico contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Delgatti disse que as propostas foram feitas em duas conversas que teve com Bolsonaro -- uma presencial e outra por telefone -- ambas intermediadas pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no ano passado, quando Bolsonaro ainda ocupava a Presidência.

O hacker afirmou que o encontro presencial com Bolsonaro ocorreu no Palácio da Alvorada, durou entre uma hora e meia e duas horas e o objetivo era discutir as urnas eletrônicas.

"Nessa reunião a ideia era falar sobre as urnas, sobre a eleição e sobre a lisura das urnas. A conversa foi bem técnica, até a hora que o presidente me disse: 'olha, a parte técnica eu não entendo, então eu vou enviá-lo ao Ministério da Defesa e lá com os técnicos você explica tudo isso a eles'", disse Delgatti.

"A ideia ali era que eu receberia um indulto do presidente", acrescentou.

Já a conversa sobre o suposto grampo contra Moraes teria ocorrido por telefone, em um posto de gasolina no Estado de São Paulo onde Delgatti afirma ter encontrado Zambelli.

"Ela (Zambelli) pegou o celular dela, nesse celular ela mandou mensagem para alguém e nesse momento o presidente entrou em contato comigo", disse.

"Eu falei com o presidente da República e, segundo ele, eles haviam conseguido um grampo tão esperado à época do ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, esse grampo foi realizado já e teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo", afirmou.

O hacker afirmou ainda que Bolsonaro lhe disse que, como ele havia sido responsável pelo escândalo da chamada "Vaza Jato", que revelou suposto conluio entre procuradores da Lava Jato e o então juiz responsável pelos processos da operação em Curitiba, Sergio Moro, a esquerda não poderia atacá-lo caso assumisse a autoria do grampo contra Moraes.

"A ideia seria o garoto da esquerda assumir esse grampo", afirmou.

Delgatti disse que, na conversa telefônica, Bolsonaro lhe assegurou que ele receberia um indulto e que, se algum juiz determinasse sua prisão, o presidente mandaria prender este juiz.

"Ele disse no telefonema que esse grampo foi realizado por agentes de outro país. Não sei se é verdade esse grampo, porque eu não tive acesso a ele, e disse que em troca eu teria o prometido indulto, e disse assim: 'se caso algum juiz te prender, eu mando prender o juiz'. Ele disse essa frase", afirmou.

Procurado, o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência sob Bolsonaro, Fabio Wajngarten, um dos advogados do ex-presidente, não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre as declarações de Delgatti.

No entanto, em sua conta na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, Wajngarten acusou Delgatti de mentir em seu depoimento e negou que ele tenha sido cogitado para participar da campanha de Bolsonaro, conforme afirmou à CPI.

"Em nenhum momento sequer cogitaram a entrada de técnicos de informática muito menos alpinistas tecnológicos na campanha do presidente @jairbolsonaro. É muita gente tentando buscar holofotes e fogo. Haja bombeiros para reconstruir a verdade", escreveu.

"Eu desconheço quem tenha feito reunião individual com o presidente @jairbolsonaro cuja duração tenha sido de uma e hora e meia. Duvido. Mente e mente e mente", acrescentou. "Nunca, jamais, houve grampo, nem qualquer atividade ilegal, nem não republicana, contra qualquer ente político do Brasil por parte do entorno primário do Presidente. Mente e mente e mente."

Em nota, o advogado Daniel Leon Bialski, que representa a deputada Carla Zambelli, disse que a defesa da parlamentar "rechaça qualquer acusação de prática de condutas ilícitas e ou imorais" contra ela. Também Acusa Delgatti de mentir e não ter credibilidade.

"Observa-se que citada pessoa (Delgatti), como divulgado em diversas reportagens usa e abusa de fantasias em suas palavras. Suas versões mudam com os dias, suas distorções e invenções são recheadas de mentiras, bastando notar que a cada versão, ele modifica os fatos, o que é só mais um sintoma de que a sua palavra é totalmente despida de idoneidade e credibilidade", afirmou.

Bialski disse ainda que a defesa de Zambelli ainda não teve acesso aos autos da investigação e que, quando isso ocorrer, se manifestará "de forma mais ampla, justamente para desmerecer publicamente os embustes criados".

Fonte: Brasil 247

Nenhum comentário:

Postar um comentário