Além do apagão geral nas forças de segurança, o Exército decidiu proteger os bolsonaristas golpistas no Quartel-General após os ataques às sedes dos Três Poderes
No dia 7 de janeiro deste ano, um dia antes dos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes em Brasília, a cúpula do Exército já estava ciente da grave crise que viria a eclodir no dia seguinte, informa a Folha de S. Paulo. Para além dos alertas feitos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o Exército possuía informações próprias sobre a situação.
Enquanto relatórios da Abin eram compartilhados com diversos órgãos, incluindo o Centro de Inteligência do Exército (CIE), a instituição militar produziu seus próprios relatórios, que chegaram informalmente aos membros de sua liderança pelo menos no sábado anterior aos ataques. Essas mensagens foram transmitidas através de WhatsApp, não por meio de canais oficiais. Portanto, quando questionada pela CPI em 8 de janeiro, o CIE alegou não possuir relatórios sobre a situação no acampamento próximo ao Quartel-General do Exército, um dos focos da confusão.
Aqueles que receberam essas mensagens confirmam que houve indecisão em relação às ações a serem tomadas, em parte devido à ordem estabelecida de que o GSI deveria solicitar reforços de tropas ao Comando Militar do Planalto (CMP). No entanto, como foi revelado em janeiro, tal solicitação não ocorreu.
Além da falta de coordenação efetiva com as forças de segurança locais, o Exército permitiu que os golpistas retornassem ao acampamento próximo ao Quartel-General, onde foram protegidos por uma noite, inclusive com o apoio de veículos de combate. O presidente Lula (PT) foi informado na ocasião de que essa proteção era necessária para evitar conflitos. No entanto, se os bolsonaristas não tivessem encontrado refúgio, muitos poderiam ter sido presos pelos crimes que haviam acabado de cometer.
Generais ouvidos pela Folha afirmam que nunca se discutiu na cúpula militar aderir aos intentos golpistas do entorno de Jair Bolsonaro (PL), nem durante o 8 de janeiro, nem antes. Por outro lado, eles reconhecem que havia uma pressão significativa entre a base militar por alguma forma de ação contra Lula. Era evidente que vários membros do Alto-Comando tinham simpatias pelas ideias golpistas, particularmente em relação às dúvidas sobre as urnas eletrônicas. No entanto, de acordo com a versão de alguns integrantes do grupo, essas inclinações foram rejeitadas pela posição majoritária do colegiado.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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