O presidente
da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, Arthur Maia
(União Brasil-BA), prometeu pautar todos os requerimentos apresentados até o
momento após ser chamado de “pizzaiolo” pelo deputado Mauricio Marcon
(Podemos-RS). Maia vinha resistindo em colocar em votação pedidos como a quebra
de sigilo do ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentados por parlamentares
governistas.
“Presidente,
eu vou alertar, o senhor vai ser o pizzaiolo dessa pizza que está sendo gestada
nessa CPMI. O seu nome vai entrar para a história como aquele que deixou virar
pizza essa CPMI”, disse Marcon. O deputado cobrou que Maia determinasse busca e
apreensão no Ministério da Justiça para obrigar o ministro Flávio Dino a
liberar as imagens da pasta.
Maia
disse que não seria “doido” de tomar tal decisão e frisou que a CPMI não tem
poder para determinar medidas coercitivas. Em resposta a Marcon, o presidente
da CPMI partiu para ofensiva. Ele autorizou o secretário-geral da comissão a pautar
todos os requerimentos protocolados até o momento.
“Se vossa
excelência quiser eu me retiro do acordo e boto todos os requerimentos que
estão aí para votar na próxima reunião e esse será o resultado da CPMI”, disse
Maia. “A responsabilidade dessa votação e da falta de acordo eu vou atribuir a
vossa excelência”, completou.
Após
a sessão, o presidente da CPMI recuou. Os parlamentares de oposição fizeram
apelos para que não pautasse todos os requerimentos e persistisse com a
tentativa de acordo entre os dois blocos da comissão.
Maia
afirmou que tentará mais uma vez costurar um acordo até a próxima sessão
deliberativa, mas, caso não aconteça, pautará todos os pedidos de documentos e
convocações. Depois da discussão, Maia foi até o gabinete da relatora Eliziane
Gama (PSD-MA) acompanhado do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues
(Sem Partido-AP).
Caso
Maia mantivesse a promessa, os parlamentares da base bolsonarista serão os mais
prejudicados, pois o governo deseja aprovar quebras de sigilo do ex-presidente
Jair Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do ex-ministro da
Defesa Paulo Sérgio Nogueira e do general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante
de ordens Mauro Cid.
Maia tem sido acusado pelos governistas de obstruir os requerimentos da maioria para acomodar interesses da oposição. O presidente da CPMI tem feito acordos com os dois blocos para garantir que as pautas de ambos sejam apreciadas.
Na última
terça-feira, 22, os dois lados se recusaram a firmar acordo e coube a ele
decidir sozinho a pauta da sessão deliberativa desta quinta-feira, que aprovou
as quebras de sigilo da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter
Delgatti Netto. Maia, no entanto, retirou de votação os pedidos da relatora que
mirava aliados do ex-presidente Bolsonaro.
Fonte: Bem
Paraná com Estadão Conteúdo
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