sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Bolsonaro teve agenda secreta com Roberto Campos Neto 2h antes de Copom decidir sobre taxa de juros

 Uma reunião entre Jair Bolsonaro e Roberto Campos Neto não foi citada nas agendas públicas da Presidência e do Banco Central

Jair Bolsonaro, ex-ocupante do Planatlo (à esq.), e Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central (à dir.) (Foto: ABr)

Jair Bolsonaro (PL) teve agenda secreta com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, duas horas antes de reunião de o Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao BC, iniciar a reunião que elevou em um ponto a taxa básica de juros da economia (Selic), em maio de 2022. O encontro não foi citado nas agendas públicas da Presidência e do BC, mas consta como uma “agenda confidencial” do então ocupante do Planalto. Um grupo seleto de assessores do então chefe do Executivo federal é que soube da reunião. 

De acordo com informações publicadas nesta quinta-feira (10) pela coluna de Guilherme Amado, o encontro aconteceu entre às 7h30 e às 8h do dia 4 de maio do ano passado, no gabinete presidencial, em Brasília (DF). A informação apareceu em um e-mail com título “Agenda Confidencial do PR: 04/5/2022”, em que anexado o documento “04_5_2022 Confidencial”. A mensagem foi enviada para o tenente-coronel Mauro César Cid, então ajudante de ordens da Presidência, às 20h56 do dia anterior ao encontro. O e-mail partiu da assessora Gianne Amorim P. Portugal, que trabalhava no gabinete adjunto de Agenda da Presidência. 


A reunião do Copom iniciou menos de duas horas depois, às 9h37, segundo a ata divulgada às 19h12. Por unanimidade, o colegiado decidiu elevar a taxa Selic em um ponto percentual: de 11,75% a 12,75%. Era o maior patamar em cinco anos. Integrantes do governo Lula têm criticado a alta do juros porque o percentual 13,25% atualmente deixa o crédito mais caro, dificulta o consumo, e o crescimento da economia. 

O Banco Central afirmou que “nenhum tema relativo ao Copom foi tratado durante o referido encontro”. A instituição monetária disse que o encontro não estava agenda pública de Campos Neto por cota de uma "falha operacional".

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna do jornalista Guilherme Amado no Metrópoles

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