segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Bolsonaro sabia sobre venda de joias, indicam mensagens em celular de Mauro Cid

 

Mauro Cid e Jair Bolsonaro. Foto: Adriano Machado


Uma fonte da Polícia Federal (PF) confirmou ao programa Fantástico, da TV Globo, que mensagens encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia do esquema de venda e recompra de joias.

A corporação investiga se o ex-presidente foi beneficiado com o dinheiro da venda dos presentes recebidos de delegações estrangeiras. A PF também apura quem mandou vender as joias nos Estados Unidos.


peritos também analisaram as joias para saber qual o valor de cada peça e se elas eram verdadeiras. A primeira análise foi feita na caixa de joias femininas, apreendida no Aeroporto de Guarulhos, na bagagem de um integrante da equipe do Ministério de Minas e Energia, na volta de uma viagem à Arábia Saudita. Ele trazia também a escultura de um cavalo feito de liga metálica e folhada a ouro. Já o conjunto de joias femininas, que deu origem à investigação e que seriam destinadas à então primeira-dama Michelle Bolsonaro, é de diamante em tudo que brilha.

A perícia identificou 3 mil e 161 diamantes exclusivos no conjunto com o colar, e cada um foi avaliado individualmente, sendo que a marca, uma tradicional joalheria de altíssimo luxo, também acrescenta valor às peças. O valor estimado é de aproximadamente R$ 4,15 milhões.

Um relógio todo de diamantes, da pulseira até o mostrador, e avaliado em R$ 1 milhão, também estava na caixa. Os outros kits são masculinos – um de ouro branco, outro de ouro rosé –, com caneta, abotoaduras, anel, rosário islâmico e relógio. O relógio mais caro é o rosé, da marca Choppard: R$ 695 mil. A caneta de ouro branco, com 1.120 pequenos diamantes, custa R$ 100 mil.

Na última etapa foi analisado o relógio Rolex, entregue ao então presidente Jair Bolsonaro em viagem à Arábia Saudita, em 2019, que faz parte do kit ouro branco. Ele é cravejado com 184 diamantes. Antes de serem reunidos na Polícia Federal, os kits foram desmembrados: o Rolex foi vendido por US$ 68 mil, junto com o Patek Phillipe que está desaparecido e foi avaliado pela PF em US$ 75 mil.

Na última quinta-feira (17), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra de sigilo bancário do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Moraes também autorizou o pedido de cooperação internacional feito pela PF para solicitar aos Estados Unidos a quebra do sigilo bancário dos investigados nos casos das joias.

Além do ex-chefe do Executivo, estão na mira da PF as contas de Cid; do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; e do advogado Frederick Wassef. Segundo a corporação, a investigação apontou que os valores obtidos dessas vendas ilegais foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados.

Em entrevista ao Estadão, Bolsonaro disse que Cid tinha “autonomia” para agir, após ser questionado se havia pedido ao seu subordinado para vender as joias no exterior.

Fonte: DCM

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