Uma fonte da Polícia Federal (PF) confirmou ao programa Fantástico, da
TV Globo, que mensagens encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid,
ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), indicam que o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) sabia do esquema de venda e recompra de joias.
A corporação investiga se o ex-presidente foi
beneficiado com o dinheiro da venda dos presentes recebidos de delegações
estrangeiras. A PF também apura quem mandou vender as joias nos Estados Unidos.
peritos também analisaram as joias para
saber qual o valor de cada peça e se elas eram verdadeiras. A primeira análise
foi feita na caixa de joias femininas, apreendida no Aeroporto de Guarulhos, na
bagagem de um integrante da equipe do Ministério de Minas e Energia, na volta de
uma viagem à Arábia Saudita. Ele trazia também a escultura de um cavalo feito
de liga metálica e folhada a ouro. Já o conjunto de joias femininas, que deu
origem à investigação e que seriam destinadas à então primeira-dama Michelle
Bolsonaro, é de diamante em tudo que brilha.
A perícia identificou 3 mil e 161 diamantes exclusivos
no conjunto com o colar, e cada um foi avaliado individualmente, sendo que a
marca, uma tradicional joalheria de altíssimo luxo, também acrescenta valor às
peças. O valor estimado é de aproximadamente R$ 4,15 milhões.
Um relógio todo de diamantes, da pulseira até o
mostrador, e avaliado em R$ 1 milhão, também estava na caixa. Os outros kits
são masculinos – um de ouro branco, outro de ouro rosé –, com caneta,
abotoaduras, anel, rosário islâmico e relógio. O relógio mais caro é o rosé, da marca Choppard:
R$ 695 mil. A caneta de ouro branco, com 1.120 pequenos diamantes, custa R$ 100
mil.
Na última etapa foi analisado o relógio Rolex, entregue
ao então presidente Jair Bolsonaro em viagem à Arábia Saudita, em 2019, que faz
parte do kit ouro branco. Ele é cravejado com 184 diamantes. Antes de serem
reunidos na Polícia Federal, os kits foram desmembrados: o Rolex foi vendido
por US$ 68 mil, junto com o Patek Phillipe que está desaparecido e foi avaliado
pela PF em US$ 75 mil.
Na última quinta-feira (17), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra de sigilo bancário do ex-presidente
e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Moraes também autorizou o pedido de
cooperação internacional feito pela PF para solicitar aos
Estados Unidos a quebra do sigilo bancário dos investigados nos casos das joias.
Além do ex-chefe do Executivo, estão na mira da PF as
contas de Cid; do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens
de Bolsonaro; e do advogado Frederick Wassef. Segundo a corporação, a
investigação apontou que os valores obtidos dessas vendas ilegais foram
convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos
investigados.
Em entrevista ao Estadão, Bolsonaro disse que Cid tinha “autonomia”
para agir, após ser questionado se havia pedido ao seu subordinado
para vender as joias no exterior.
Fonte: DCM
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