sábado, 19 de agosto de 2023

Bolsonaro indica estar ciente de que pode ser preso: "sei dos riscos que corro em solo brasileiro"

 Após negar ordem para venda de joias, ex-presidente recebe homenagem na Assembleia de Goiás e fala em 'momentos difíceis' do país

Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa de Goiás - 18.08.2023 (Foto: Reprodução)

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que vê o cerco da Justiça se apertar contra ele com o avanço das investigações sobre vendas de joias e presentes oficiais, afirmou nesta sexta-feira (18) estar preocupado com sua segurança no Brasil. 

"Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder", disse Bolsonaro na Assembleia Legislativa de Goiás, um dia depois de revelações de dois ex-colaboradores terem lançado luz sobre suas situações problemáticas em investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal.


Nesta sexta-feira, a ministra de Planejamento, Simone Tebet, fez duras críticas a Bolsonaro e pediu às autoridades da Justiça que apreendam o passaporte do ex-presidente, sob risco dele fugir do país. “Vai querer abandonar o Brasil pra poder salvar a própria pele. Podemos dizer que o cerco se fechou contra o ex-presidente”, disse Tebet durante a posse do economista Marcio Pochmann como presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Antes de sua chegada a Goiânia, Bolsonaro concedeu uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, na qual afirmou que o tenente-coronel Mauro Cid possuía "autonomia" enquanto serviu como seu ajudante de ordens durante seu mandato presidencial. Ele abordou o assunto da venda das joias do governo e expressou seu desejo de esclarecer o caso "o mais rápido possível". A Polícia Federal está conduzindo uma investigação sobre a suposta venda ilegal de presentes oferecidos a Bolsonaro em encontros oficiais. Ele afirmou: "O tenente-coronel Mauro Cid tinha autonomia. Eu não dei instruções para ninguém vender nada. Não recebi nada."

O advogado Cezar Bittencourt, que assumiu nesta semana a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, voltou a afirmar nesta sexta-feira (18) que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) vendeu o Rolex recebido como presente oficial e entregou o valor da venda em dinheiro vivo para Bolsonaro ou para a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A declaração foi dada ao vivo no programa Estúdio i, da GloboNews.

Bittencourt já havia afirmado nesta quinta (17) à revista Veja e ao Globonews que Cid confessaria à polícia que operou o esquema da venda dos presentes oficiais a mando de Bolsonaro. No entanto, em uma declaração confusa ao Estadão na madrugada de hoje, voltou atrás e disse que "não tem nada a ver com joias! Isso foi erro da Veja não se falou em joias [sic]".

Fonte: Brasil 247

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