"O [ex] presidente Bolsonaro absolutamente não teve nada a ver com isso", disse a deputada após ser alvo de uma operação da Polícia Federal
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) declarou que está sendo alvo de uma tentativa de envolver Jair Bolsonaro (PL) nas investigações realizadas pela Polícia Federal (PF) contra ela. A operação da PF ocorreu nesta terça-feira (2) e contou com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados à parlamentar e na prisão de Walter Delgatti Netto, conhecido como o hacker da "Vaza Jato".
"Estão tentando associar o [ex] presidente [Bolsonaro] a mim, simplesmente por minha proximidade com ele", disse a bolsonarista durante entrevista coletiva sobre a operação, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo. “O [ex] presidente Bolsonaro absolutamente não teve nada a ver com isso”, enfatizou.
Tanto Zambelli quanto Delgatti são suspeitos de estarem envolvidos em um suposto esquema que visava o ministro Alexandre de Moraes, do STF, resultando na invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão, além da inserção de um falso mandado de prisão contra o magistrado.
"Assim que soube das suspeitas de envolvimento em atividades ilícitas, meu advogado, Daniel Bialski, protocolou na Polícia Federal um pedido para que eu prestasse esclarecimentos ao judiciário", afirmou Zambelli. A deputada relatou que teve cerca de três encontros com Delgatti, nos quais discutiram temas relacionados à tecnologia. Além disso, segundo a parlamentar, Delgatti teria sido contratado por ela para prestar serviços em seu site.
Em um desses encontros, Zambelli informou que o hacker teria oferecido serviços de auditoria das urnas eletrônicas para o PL e chegou a se reunir com o presidente do partido, Valdemar da Costa Neto, mas nenhum acordo foi fechado. A deputada confirmou a declaração de Delgatti sobre um encontro posterior com Bolsonaro, mas negou que o ex-mandatário tenha perguntado se seria possível fraudar as urnas eletrônicas utilizadas nas eleições do ano passado.
"A pergunta que o [ex] presidente fez foi se as urnas eram confiáveis, e ele respondeu que nenhum sistema tecnológico era totalmente confiável", disse ela, ressaltando que não houve mais encontros entre os dois.
Zambelli enfatizou que não teve nenhum envolvimento em um suposto esquema para fraudar as urnas eletrônicas ou elaborar um falso mandado contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). "Não participaria de nenhum tipo de fraude eleitoral para beneficiar o Lula (presidente Luiz Inácio Lula da Silva-PT), nem me prestaria a algo tão desrespeitoso quanto isso", ironizou a deputada sobre as eleições.
"Jamais faria piadas de mau gosto envolvendo Alexandre de Moraes. Conheço as consequências que um deputado enfrenta quando desafia ministros do Supremo Tribunal Federal, como vimos no caso de nosso amigo Daniel Silveira", acrescentou.
Por fim, a deputada disse, ainda, que considera Delgatti uma pessoa de boa índole e que está disposta a prestar depoimento à PF na próxima segunda-feira (7).
Fonte: Brasil 247 com Folha de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário