O ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Luís Roberto Barroso fez críticas ao “bolsonarismo” após ser
vaiado por um grupo ligado a profissionais da área de enfermagem quando
discursava no Congresso da UNE.
“Já enfrentei a Ditadura e já enfrentei o bolsonarismo,
não me preocupo”, disse ele na quarta, dia 12.
“Saio daqui com as energias renovadas pela concordância
e discordância porque essa é a democracia que nós conquistamos. Nós derrotamos
a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para
permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”.
O Congresso da UNE acontece em Brasília até o dia 15 de julho e Barroso
participou da abertura. As falas foram uma reação a manifestantes que
carregavam uma faixa com a frase “Barroso: inimigo da enfermagem e articulador
do golpe de 2016”.
Em setembro do ano passado, o ministro suspendeu o
pagamento do piso salarial da enfermagem aprovado pelo Congresso Nacional por
falta de detalhamento das fontes de custeio. Após o governo federal liberar
mais de R$ 7 bilhões para estados e municípios pagarem os valores, revogou a
suspensão.
“Fui eu que consegui o dinheiro da enfermagem porque não
tinha dinheiro. Não tenho medo de vaia, porque temos um país para construir”,
declarou.
“Mais recentemente conseguimos resistir a um golpe de Estado que estava
a caminho, portanto, temos compromisso com a história, com a verdade plural e
com a obrigação de fazer um país melhor e maior”.
Em nota, a presidente da UNE, Bruna Brelaz, disse que
repudia a “atitude antidemocrática de grupos minoritários” contra o ministro.
Também afirmou que as energias deveriam ser guardadas contra o inimigo em
comum. Leia a íntegra abaixo:
“A presidenta da
União Nacional dos Estudantes (UNE) repudia a atitude antidemocrática de grupos
minoritários, que na abertura do 59º Congresso da entidade desrespeitou a fala
dos familiares de Honestino Guimarães e do ministro do STF Luís Roberto
Barroso. Em um ato em memória aos 50 anos do desaparecimento de Honestino
Guimarães e de defesa da Democracia estas atitudes são lamentáveis.
“A UNE é uma instituição
quase centenária, que em toda sua história se propôs a reunir amplos setores
sociais em defesa da democracia, da educação e do Brasil. Procuramos neste
momento reafirmar esse compromisso, ao receber pela primeira vez desde a
redemocratização um ministro do STF em nosso congresso, onde colocamos a nossa
defesa pela prisão de todos aqueles que atentaram ao estado democrático
recentemente, principalmente, o que foi o principal arquiteto deste ataque, o
Bolsonaro.”
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