"A gente não tem nenhuma informação de que essas armas estão sendo vendidas a pessoas decentes. A gente não sabe se é o crime organizado que está tendo acesso a elas", afirmou
O presidente Lula (PT) participou nesta sexta-feira (21) do evento de lançamento do Programa de Ação na Segurança (PAS), com assinatura dos primeiros nove atos. As medidas estão relacionadas ao combate à violência no ambiente escolar, controle de armas, proteção da região amazônica e das fronteiras, repasses financeiros aos estados, valorização dos profissionais da segurança pública e endurecimento de leis envolvendo ataques ao Estado Democrático de Direito.
“Esse ato é o cumprimento de uma peça de campanha em que a gente dizia que um dos compromissos era tentar trazer o país de volta à normalidade. Trazer o país de volta à normalidade é fazer as coisas funcionarem como tem que funcionar”, afirmou o presidente.
Lula fez um discurso duro contra a política armamentista colocada em prática pelo governo Jair Bolsonaro (PL). “Uma coisa é um cidadão ter uma arma em casa, porque tem gente que acha que ter uma arma em casa é uma segurança; que tenha. Mas a gente não pode permitir que haja arsenais nas mãos de pessoas. Eu disse ao companheiro Flávio Dino que eu era contra e sou contra. E a gente não tem nenhuma informação de que essas armas estão sendo vendidas a pessoas decentes, honestas, que querem só se proteger. A gente não sabe se é o crime organizado que está tendo acesso facilitado a elas. É por isso que a gente vai continuar lutando por um país desarmado. Quem tem que estar bem armado é a polícia brasileira, são as Forças Armadas. O que precisamos baixar é o preço dos livros, o acesso às coisas culturais, que as nossas crianças não têm acesso”.
O presidente também comentou os dados do relatório anual de segurança que revelam um número recorde de estupros em 2022. Para ele, “alguma coisa está errada na nossa estrutura familiar, na nossa formação”, já que a maior parte das violências perpetradas contra as mulheres ocorrem dentro de casa. “Muitas vezes não depende de lei. As leis de proteção às mulheres existem, mas a violência contra a mulher cresce todo santo dia. E o que é mais grave é que a violência cresce não na casa de um vizinho, é dentro de casa que muitas vezes acontece a violência”.
O presidente e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), assinaram medidas sobre controle responsável das armas, criação do Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Plano AMAS), tornar violência contra escolas crime hediondo, autorização para apreensão de bens, bloqueio de contas bancárias e ativos financeiros nos casos de crimes contra o Estado Democrático de Direito, aumento das penas para crimes cometidos contra o Estado Democrático de Direito, autorização para antecipação do repasse de R$1.009.563.054,00 do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) para os estados, repasses no valor de R$ 170 milhões para o Programa Escola Segura a 24 estados e Distrito Federal e a 132 municípios e Edital de Chamamento Público para seleção de projetos culturais no âmbito do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – Pronasci 2.
Fonte: Brasil 247
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