Em 2016, Deltan Dallagnol e demais procuradores arquitetaram com procurador suíço uma estratégia para reverter notícia que cairia como “uma bomba” no Brasil
Na mais recente revelação vinda dos arquivos da Operação Spoofing, novos diálogos mostram como a força-tarefa da Operação Lava Jato distorcia os fatos e manipulava a opinião pública para proteger sua imagem e avançar na investigação e perseguição a agentes políticos. No dia 20 de janeiro de 2016, o então procurador suíço Stefan Lenz enviou mensagens aos procuradores brasileiros revelando "más notícias" sobre a transferência de documentos bancários que estavam sendo usados na Lava Jato.
Lenz informou que a Justiça suíça havia declarado a transferência dos documentos como "ilegal" e que a Odebrecht, envolvida no caso, havia obtido uma decisão favorável, freando o uso dos documentos por alguns meses. Diante dessa notícia preocupante, o então procurador responsável pela operação, Deltan Dallagnol ,e sua equipe arquitetaram uma estratégia midiática para manipular a divulgação da decisão no Brasil.
Os diálogos, trazidos à tona pelos jornalistas Leandro Demori, Jamil Chade, do UOL, e pelo ICL, revelam que a Lava Jato pretendia fazer parecer que a decisão da Justiça suíça não teria impacto na investigação brasileira. Dallagnol expressou preocupação com a reação pública, mas ressaltou a importância de colocar os fatos sob uma perspectiva que favorecesse a operação. O objetivo era minimizar a derrota e construir uma narrativa que permitisse à Lava Jato continuar sua atuação de forma positiva aos olhos da população.
A estratégia incluía a colaboração com a imprensa para disseminar informações favoráveis e desviar o foco da notícia negativa. Dallagnol sugeriu que a equipe poderia apresentar uma teoria alternativa para justificar o uso dos documentos, chamando-a de "descoberta inevitável", caso eles tivessem sido obtidos de outra maneira.
Em uma das conversas, Lenz deixou claro que sua equipe de comunicação estava preparando um texto para a imprensa, e pediu que os jornalistas fossem encaminhados para o Escritório do Procurador Geral para obter informações sobre a decisão. Essa colaboração estratégica visava garantir que a versão distorcida dos fatos fosse amplamente divulgada.
Esse episódio confirma como a Lava Jato atuava com viés político e manipulava informações para atingir seus objetivos.
Fonte: Brasil 247 com UOL
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