Queda registrada em maio, de 2%, eleva a pressão para que o Banco Central reduza a taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano, patamar real mais alto do mundo
Reuters - A atividade econômica do Brasil voltou a contrair na metade do segundo trimestre e registrou em maio a maior queda em pouco mais de dois anos, mostraram dados do Banco Central nesta segunda-feira, sob os efeitos da política monetária restritiva.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) recuou 2,0% em maio em relação ao mês anterior, mostrou dado dessazonalizado do indicador que é um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB).
A queda no mês foi a mais intensa desde março de 2021 (-3,5%) e também foi bem pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters de estagnação.
O dado de abril foi revisado para mostrar crescimento de 0,8%, depois de uma expansão de 0,56% informada anteriormente. Nos cinco primeiros meses do ano, o IBC-Br registra queda em dois --março e maio.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 2,15%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 3,43%, de acordo com números observados.
A economia brasileira enfrenta de um lado uma política monetária restritiva, com a taxa básica de juros Selic em 13,75%, mas de outro uma desinflação no país, além de força no setor agrícola no início do ano e um mercado de trabalho resiliente.
O BC volta a se reunir no início de agosto, e já indicou que pode cortar os juros, desde que se mantenha cenário de arrefecimento da inflação.
Em maio, o volume do setor de serviços cresceu bem mais do que o esperado, 0,9%. Já a produção industrial brasileira voltou a subir, com um crescimento de 0,3% em relação a abril, mas ainda segue abaixo do patamar pré-pandemia.
Por sua vez, as vendas no varejo brasileiro caíram inesperadamente em maio, com uma queda de 1,0% em relação ao mês anterior, sob efeito da política monetária apertada do Banco Central no crédito.
A pesquisa Focus realizada pelo BC, divulgada nesta segunda-feira, mostra que o mercado melhorou suas estimativas para o crescimento econômico este ano e no próximo, vendo expansão do PIB de respectivamente 2,25% e 1,30%.
O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.
Fonte: Brasil 247 com Reuters
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