Bruno Dantas pede acesso integral a diálogos em que Deltan Dallagnol revela a intenção de fazer uma nota 'dura' contra ele. A suspeita é que o pedido tenha sido feito por Moro
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o acesso integral às mensagens dos procuradores da Operação Lava Jato que foram apreendidas na Operação Spoofing, deflagrada pela Polícia Federal em 2019.
Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, as trocas de mensagens, ocorridas em 2018, revelam o procurador à época afirmando que faria uma declaração "forte" contra Dantas, devido a uma entrevista concedida na qual criticava as decisões do então juiz e atualmente senador Sergio Moro (União Brasil-PR) no âmbito da Operação Lava Jato. Moro foi declarado parcial e suspeito pelo STF e Dallagnol teve o seu mandato de deputado federal cassado este ano pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo a reportagem, na ocasião, Moro buscava proibir o uso de provas obtidas pela Lava Jato contra delatores e empresas que haviam firmado acordos de leniência com a força-tarefa de Curitiba (PR). Dantas caracterizou a decisão de Moro como uma "arbitrariedade" e afirmou que somente o STF teria o poder de retirar do TCU as evidências compartilhadas pela Lava Jato.
Naquela época, Moro era considerado uma espécie de herói por parte das autoridades de Brasília, sendo raras as críticas a ele, como as feitas por Bruno Dantas. Em conversas com outros procuradores, Deltan revelou que faria uma "nota sobre a manifestação de Bruno Dantas a pedido da JF".
A reportagem destaca que “a desconfiança é de que Deltan se referia à Justiça Federal, ou seja, a Sergio Moro, que comandava a 13ª Vara Federal de Curitiba”. "Podemos estar diante de uma tentativa de coação institucional", disse o advogado Pierpaolo Bottini, que representa Bruno Dantas na ação.
"Solicitei ao STF uma cópia de todos os diálogos para avaliar as medidas legais a serem tomadas. Se forem autênticos, eles comprovam a interferência indevida ocorrida na Lava Jato e revelam um grupo de mercenários contratados para assassinar a reputação de outras pessoas", afirmou Dantas.
Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo
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