quinta-feira, 20 de julho de 2023

PF citou "possível relação" com atos antidemocráticos para pedir busca e apreensão na casa dos agressores de Moraes

 O pedido foi assinado pelo delegado da Polícia Federal Hiroshi Sakaki, que faz parte da equipe que trabalha com Moraes em diversos inquéritos

Andreia Munarão, Roberto Mantovani Filho e Alexandre de Moraes (Foto: Reprodução | STF)

No pedido para realizar buscas e apreensões nos endereços do trio acusado de atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e seus familiares no aeroporto de Roma, na Itália, o delegado da Polícia Federal Hiroshi Sakaki, que faz parte da equipe que trabalha com Moraes em diversos inquéritos, mencionou uma "possível relação" com as investigações dos "atos antidemocráticos" como justificativa para a necessidade da medida ser autorizada pelo Supremo.

"Embora os crimes objeto da presente apuração sejam, em tese, crimes contra a honra e contra a liberdade pessoal de ministro deste egrégio Supremo Tribunal Federal, há elementos indicando uma possível relação com os fatos apurados no Inquérito 4879 (o chamado inquérito dos atos antidemocráticos), o qual tramita nesta colenda corte, razão pela qual o feito é remetido ao Supremo Tribunal Federal, para que avalie possível conexão, sem prejuízo de eventual declínio de competência", escreveu Sakaki, relata o Metrópoles


Além do fato de o pedido ter sido feito por um delegado que trabalha diretamente com o ministro Moraes, chamou a atenção a relação feita com os atos antidemocráticos, buscando justificar a atuação do STF no caso. Sakaki não detalhou quais elementos sustentam essa "possível relação" com o inquérito.

A operação de busca e apreensão têm dividido opiniões. Nos bastidores, inclusive entre magistrados de tribunais, questionou-se a necessidade de a Polícia Federal deflagrar uma operação contra os envolvidos. 

Mesmo em setores fora do bolsonarismo, que não veem o ministro como inimigo, há preocupação com o avanço dos seus "superpoderes" no campo político. É importante mencionar que foi o próprio Moraes quem solicitou à PF, horas após o incidente em Roma, que fossem tomadas providências.

O pedido do delegado Sakaki para realizar a operação contra os envolvidos foi feito no último domingo (16), dois dias após o episódio. A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se favoravelmente à medida, e a presidente do STF, ministra Rosa Weber, autorizou as buscas na segunda-feira (17). A operação foi deflagrada nesta terça-feira (18) e resultou na apreensão de telefones celulares e computadores nos endereços do trio, em São Paulo.

Fonte: Brasil 247 com Metrópoles

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