quinta-feira, 6 de julho de 2023

Nova versão da reforma tributária prevê alíquota zero para cesta básica, diz governo

 Na versão anterior da proposta, os produtos da atual cesta básica teriam desconto de 50% na tributação

Fernando Haddad e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O relator do projeto de reforma tributária na Câmara, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentou uma nova versão do texto que prevê alíquota zero na Cesta Básica Nacional. Na versão anterior elaborada pelo relator, os produtos da atual cesta básica teriam desconto de 50% na tributação. O parecer do relator foi divulgado pouco antes das 21h e tem mais de 140 páginas. O projeto é de interesse do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, e também está recebendo apoio do mercado. 

"Para acabar com a desinformação, estamos trazendo à Constituição a cesta básica nacional de alimentos e ela tem alíquota zero. Isso é para que ninguém diga que vamos pesar a mão sobre os mais pobres", disse Ribeiro, acrescentando que a discussão do texto em Plenário é um marco histórico. "Há quanto tempo esta matéria está em pauta no nosso País, neste Parlamento, e mesmo assim não conseguíamos chegar a este dia".

O texto propõe a substituição de dois tributos federais (PIS e Cofins) por uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), gerida pela União; e de outros dois tributos (ICMS e ISS) por um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), gerido por estados e municípios. Já o IPI vai virar um imposto seletivo.

A arrecadação do IBS será centralizada e organizada pelo Conselho Federativo. Também serão criados fundos para compensar as perdas de entes federativos e para incentivar o desenvolvimento regional e o combate à pobreza.

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), coordenador do grupo de trabalho sobre a reforma tributária, afirmou que o modelo atual acaba cobrando "impostos do imposto". O parlamentar disse que o novo sistema tem o foco na tributação do consumo, o que já praticado por 95% dos países. 

"Esta é uma reforma do setor produtivo. É uma reforma que vai dar ao Brasil mais eficiência e vai construir as possibilidades da retomada econômica. Vamos eliminar, no mínimo, mais de 1,5 trilhão do custo País. Portanto, a reforma vai trazer dinâmica".

O parlamentar destacou ainda a criação do Fundo de Desenvolvimento Regional e a mudança da tributação do local de origem do produto para o destino.

A reforma tributária é de interesse do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e tem o apoio do mercado. A Federação das Indústrias do estado de São Paulo (Fiesp) lançou um documento favorável ao projeto e citou algumas estatísticas para defender o projeto. 

O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira em um contexto de negociação para a aprovação da reforma tributária no Congresso. 

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