Levantamento foi publicado pelo jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira 25
No terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o grupo Globo recuperou sua posição de comando na publicidade do governo federal e reassumiu o primeiro lugar no recebimento de verbas de anúncios em 2023. Em pouco mais de seis meses do terceiro mandato do presidente, os veículos de mídia da Globo receberam pelo menos R$ 54,4 milhões em propagandas da Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência da República e ministérios, o que equivale a 57% do gasto total. A emissora Record ficou em segundo lugar com R$ 13 milhões, seguida pelo SBT com R$ 12 milhões, segundo reportagem dos jornalistas Mateus Vargas e Ranier Bragon, publicada na Folha de S. Paulo.
Anteriormente, durante a gestão Bolsonaro (2019-2022), a Globo havia recebido valores semelhantes aos principais concorrentes, com a Record mantendo uma leve vantagem. Contudo, sob a atual gestão de Lula, a emissora assumiu a liderança. Vale mencionar que o portal de planejamento de mídia do governo federal não apresenta informações sobre os pagamentos feitos em propagandas de bancos públicos e estatais, mantendo essa destinação em sigilo, apesar dos pedidos baseados na Lei de Acesso à Informação.
A relação entre Lula, o PT, e a Globo tem sido mais amistosa, a despeito de a emissora ter liderado a campanha pela prisão do presidente Lula, antes das eleições presidenciais de 2018 – o que permitiu a ascensão da extrema direita.
A reportagem da Folha também menciona o Brasil 247, classificado pelo jornal como "veículo alinhado" ao governo federal e que teria recebido anúncios no valor de R$ 59 mil. Quando foi procurada pela Folha, na última sexta-feira, a direção do Brasil 247 enviou ao jornal a seguinte nota:
1. De pronto, a pergunta deveria ser feita de acordo com os preceitos jornalísticos. Os veículos do Brasil 247, portal www.brasil247.com.br e TV 247 (canal no YouTube) são líderes nas plataformas nos seus segmentos focais de cobertura: política, macroeconomia, geopolítica internacional e movimentos sociais. Não há "alinhamento político". Há, sim, profissionalismo e independência.
2. Por decisão política com vezo persecutório, o que é antidemocrático, os veículos 247 foram excluídos da mídia da Secom desde maio de 2016 (período em que Michel Temer ocupou a Presidência) até dezembro de 2022 (em razão do veio antidemocrático e de perseguição à mídia independente que eram a marca do período Jair Bolsonaro).
3. A partir de janeiro de 2023, com a nova - e democrática gestão da Secom - todos os veículos de comunicação que se enquadrem nos critérios técnicos e que estejam em dia com as obrigações tributárias estão aptos a veicular as campanhas de comunicação de Governo. Em razão disso, e porque não há mais perseguição política a veículos de mídia, os canais 247 voltaram à mídia de Governo.
4. Os valores contratados pelo Ministério da Saúde, assim como ocorre com todos os ministérios e com o Palácio do Planalto, para campanhas de interesse público em nossos veículos, estão dentro dos padrões de mercado para um portal que tem em média 34 milhões de pageviews mensais e é líder e formador de opinião no seu segmento de análise política e curadoria de informações.
5. Os veículos 247, inclusive, compartilham com o UOL, veículo do Grupo Folha, a clientela do mesmo grupo de representação comercial junto aos órgãos de Governo - e a publicidade contratada para o UOL é sempre maior do que a mídia destinada às nossas empresas por critérios transparentes de mercado.
Fonte: Brasil 247 com reportagem da Folha de S. Paulo
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