Suspeito de participar de trama golpista, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro recebeu 73 pessoas desde a sua prisão, no dia 3 de maio. Deste total, 41 eram militares
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas do dia 8 de janeiro e o Exército irão apurar o número excessivo de visitas ao ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, que recebeu 73 pessoas desde o dia em que foi preso, no dia 3 de maio, pela suspeita de fraudar os cartões de vacinação contra a Covid-19 do ex-mandatário, além de aliados próximos e familiares. Segundo o jornalista Valdo Cruz, do G1, "entre os visitantes, 41 eram militares”. Cid está preso em um batalhão da Polícia do Exército, em Brasília.
Ainda conforme a reportagem, “pegou muito mal, durante o não-depoimento do tenente-coronel Mauro Cid à CPI, a informação de que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro recebeu visitas de Fábio Wajngarten, interessado direto no depoimento dele na CPI, e do coronel Jean Lawand Júnior, também investigado”.
Agora, o colegiado busca informações se a visita de Lawand a Mauro Cid ocorreu antes ou depois da divulgação das mensagens em que o coronel defende um golpe de Estado e pressiona Mauro Cid a agir para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visando assegurar a permanência de Bolsonaro no poder.
Se a visita ocorreu após a divulgação, a situação se torna ainda mais grave. Independentemente disso, é uma questão de extrema gravidade, já que Lawand tinha conhecimento das mensagens e poderia ser alvo de investigação, o que já está ocorrendo atualmente.
Ao tomar conhecimento do número "extremamente alto" de visitas a Mauro Cid, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu restringi-las apenas à sua esposa, filhos e advogados. As demais visitas só são permitidas com autorização do ministro.
Moraes questionou o Batalhão da Polícia do Exército, onde o ex-ajudante de ordens está detido, sobre as regras de visitação e por que tantas foram autorizadas, incluindo aquelas de pessoas investigadas pelos atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Fonte: Brasil 247 com Valdo Cruz do G1
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