A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito) do 8 de Janeiro entrará em uma nova fase após a volta do recesso. A
investigação focará agora na atuação dos suspeitos de financiar os ataques e em
personagens-chave dos episódios, como o ex-ministro da Justiça e então
secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, e Saulo
Cunha, diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na época
dos fatos investigados.
A nova fase acontece após análise de documentos relacionados a quebra
de sigilos de investigados e depoimentos do ex-diretor da Polícia
Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques e do ex-ajudante de ordens
de Jair Bolsonaro Mauro Cid.
Saulo Cunha já foi sinalizado pelo deputado Arthur Maia
(União-BA) como o primeiro a ser ouvido na comissão em agosto. A senadora
Eliziane Gama (PSD-MA), por sua vez, prevê que Torres seja o segundo. O
colegiado está previsto para retornar os trabalhos a partir do dia 1º de
agosto.
Saulo é um nome importante nas investigações. Através
dele, a oposição tentará construir uma tese de que o governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) se omitiu durante os ataques.
A
maior parte dos depoimentos que já foram prestados, antes do recesso
parlamentar, foram articulados pelo governo atual, que quer emparedar o
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os
principais documentos a serem analisados na nova fase incluem registros
telemáticos, telefônicos e bancários dos envolvidos nos atos que culminaram na
destruição da praça dos Três Poderes em Brasília. Os pedidos de informação já foram aprovados no
início de julho. Também foram solicitados dados de parentes dos alvos da CPMI.
Vale
ressaltar, entretanto, que o
cronograma dos depoimentos ainda não foi fechado, mas pode ser finalizado na
próxima semana.
Outra
quebra de sigilo que já chegou às mãos da CPMI foi o bancário de George
Washington Oliveira, preso após uma tentativa com ataque a bomba nas imediações
do aeroporto de Brasília em dezembro.
A
comissão também pediu quebras dos sigilos bancário, telefônico, fiscal e
telemático de Daniel Cid, irmão do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro,
além de informações sobre empresas estrangeiras que podem ter sido usadas por
golpistas que atacaram Brasília.
Fonte: DCM
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