Investigação vai apurar
‘funcionamento e a regularidade’ da atuação do órgão
Depois de o Conselho Nacional de Justiça fazer um pente
fino no juízo e no Tribunal da Lava Jato, chegou a vez de a Procuradoria da
República no Paraná, berço da Operação, entrar na mira de fiscalização. O
Corregedor Nacional do Ministério Público, Oswaldo D’Albuquerque, determinou na
segunda-feira, uma inspeção extraordinária no braço do Ministério Público
Federal no Estado, para averiguar o ‘funcionamento e a regularidade’ da atuação
dos integrantes do órgão nos processos da Lava Jato.
Considerando que o CNJ já investigou a 13ª Vara Federal de
Curitiba e os gabinetes da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região –
que despacham sobre a Lava Jato – Oswaldo D’Albuquerque destacou que ‘por
simetria e corolário lógico’, é ‘oportuna’ a realização da apuração no berço da
Operação.
Os trabalhos da correição extraordinária se darão
entre os próximos dia 12 e 14. Serão verificados os serviços prestados por
unidades do MPF no Paraná que atuam junto ao juízo da Lava Jato, em especial a
unidade da Procuradoria em Curitiba, que abrigava a extinta força-tarefa da Operação.
Relações
A correição no TRF-4 e na 13ª Vara Federal de
Curitiba, que motivaram a inspiração no MPF, foi determinada em meio à sucessão
de embrulhadas e entreveros envolvendo protagonistas da operação: o juiz
Eduardo Appio, desafeto de Moro que foi afastado da titularidade da 13ª Vara
Federal de Curitiba; e o desembargador Marcelo Malucelli, ex-relator da Lava
Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, pai de um advogado que é sócio
de Moro em escritório de Curitiba.
A fiscalização inclusive levou o corregedor
nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, à Curitiba. Os trabalhos foram
finalizados no início do mês. A apuração foi turbinada pelas mensagens
apreendidas na Operação Spoofing – investigação sobre hackers do ex-juiz Sérgio
Moro e de ex-integrantes da força-tarefa da Lava Jato – e se debruçou inclusive
sobre depósitos judiciais determinados ao longo da investigação.
Nesse meio tempo, houve troca no comando da 13ª Vara
Federal de Curitiba. O juiz Fábio Nunes de Martino foi designado titular do
juízo onde tramitam os processos remanescentes da Operação Lava Jato. O juiz
Murilo Scremin Czezacki, da 2.ª Vara Federal de Cascavel, é o substituto.
Fonte: Bem Paraná
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