"Chamou a atenção o montante de PIXs recebidos em situação atípica e incompatível", diz um trecho do relatório do Coaf sobre a movimentação feita em benefício de Jair Bolsonaro
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) reagiram com indignação à divulgação de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que aponta supostas transferências Pix totalizando R$ 17,2 milhões em 2023 para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na postagens em suas redes sociais, os filhos do ex-mandatário qualificaram a publicação dos dados como um "assassinato de reputação" e afirmaram que o Brasil está caminhando para se tornar uma "Venezuela".
“Na democracia comunista relativa vale tudo! Já vivemos na Venezuela!”, escreveu Carlos Bolsonaro no Twitter. "Um assassinato de reputação sem precedentes contra o melhor presidente que o Brasil já teve! Reviram tudo, não encontram nada e mais uma vez quebram a cara! Nunca houve qualquer vazamento, quebra de sigilo ou exposição, sem embasamento, de nenhum ex-presidente na história do país, mas contra Bolsonaro vale tudo!", afirmou Flávio na mesma plataforma.
“Engana-se quem pensa que o Brasil está caminhando a passos largos rumo à Venezuela, Cuba e Nicarágua. O país já está nos 100m rasos e SEM BARREIRAS. Este crime terá que ser explicado”, disse Eduardo em um outro trecho da postagem.
Os dados do Coaf, divulgados nesta sexta-feira (28) pela Folha de S. Paulo, apontam que as transferências feitas por meio de 769 mil transações entre os dias 1 de janeiro e 4 de julho somam R$ 17,1 milhões, quase a totalidade do valor que circulou nas contas de Bolsonaro em 2023: R$ 18.498.532. Os registros bancários também indicam que parte desses recursos teria sido convertida em aplicações financeiras.
Em junho, apoiadores de Bolsonaro promoveram uma vaquinha via Pix pelas redes sociais para o ex-presidente. O objetivo era arrecadar dinheiro para o pagamento de multas judiciais, sob a justificativa de que ele era vítima de "assédio judicial" e precisava de ajuda para quitar "diversas multas em processos absurdos".
No dia 13 de junho, a Justiça do estado de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 87,4 mil das contas de Bolsonaro pelo não pagamento de multa por não ter usado máscara durante a pandemia do coronavírus. Outra decisão desbloqueou mais de metade desse valor. Em 20 de junho, o Tribunal Superior Eleitoral manteve uma multa de R$ 90 mil contra Bolsonaro por propaganda irregular contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então candidato.
No começo do mês, Bolsonaro afirmou que tinha recebido o suficiente para o pagamento de todas as multas que recebeu em processos judiciais e eventuais novas punições. Na ocasião, ele disse que o montante seria divulgado "brevemente", sem dar detalhes sobre como isso seria feito.
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