"Chamou a atenção o montante de PIXs recebidos em situação atípica e incompatível", afirmou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras
Jair Bolsonaro (PL) recebeu R$ 17,2 milhões via Pix nos seis primeiros meses do ano. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta que as movimentações atípicas podem ser consequência da "vaquinha" (campanha por doações) feita para o pagamento de multas com a Justiça. O valor foi divulgado em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O órgão afirmou que, só entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho, o ex-ocupante do Planalto recebeu mais de 769 mil transações via Pix que totalizaram R$ 17.196.005,80. O montante representou quase todo o valor movimentado por ele no período, de R$ 18.498.532.
De acordo com informações publicadas nesta quinta-feira (27) pelo jornal Folha de S.Paulo, o Coaf disse em relatório que "chamou a atenção o montante de PIXs recebidos em situação atípica e incompatível". "Esses lançamentos provavelmente possuem relação com a notícia divulgada na mídia".
O órgão informou somente depósitos a partir de R$ 5 mil e não é possível saber se eles foram feitos via Pix ou transferência. Além do PL, que enviou R$ 47,8 mil a Bolsonaro em dois lançamentos, outros 18 nomes pagaram de R$ 5 mil a R$ 20 mil ao ex-chefe do Executivo federal. A lista inclui empresários, advogados, militar, pecuarista, agricultor, estudante e duas pessoas identificadas pelo Coaf como "do lar". Há três empresas. Uma delas depositou R$ 9.647 na conta de Bolsonaro em 62 lançamentos.
No dia 13 de junho, a Justiça do estado de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 87,4 mil das contas de Bolsonaro pelo não pagamento de multa por não ter usado máscara durante a pandemia do coronavírus. Outra decisão desbloqueou mais de metade desse valor. Em 20 de junho, o Tribunal Superior Eleitoral manteve uma multa de R$ 90 mil contra Bolsonaro por propaganda irregular contra o presidente Lula (PT), então candidato.
No começo do mês, Bolsonaro afirmou que tinha recebido o suficiente para o pagamento de todas as multas que recebeu em processos judiciais e eventuais novas punições. Disse que o montante seria divulgado "brevemente", sem dar detalhes. "Foi algo espontâneo por parte da população. O Pix nasceu no nosso governo. Já foi arrecadado o suficiente para pagar as atuais multas e a expectativa de outras multas. O valor a gente vai mostrar brevemente. Agradeço a contribuição, mesmo sem ser a pedido. A massa contribuiu entre R$ 2 e R$ 22."
O Coaf também apontou que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, movimentou R$ 3,2 milhões entre 26 de junho de 2022 e 25 de janeiro de 2023, um período de sete meses. A defesa do militar alega que "todas as movimentações financeiras" dele "são lícitas e já foram esclarecidas para a Polícia Federal".
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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