Deputado federal fez duras críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, após a tentativa de censura a seus diretores. Assista na TV 247
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) concedeu uma entrevista à TV 247, na qual fez duras críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em meio a uma série de escândalos envolvendo o chefe da autoridade monetária. Segundo ele, graças a Campos Neto, o BC é o "último refúgio bolsonarista" dentro do governo do presidente Lula, trabalhando para sabotar a economia brasileira e prejudicar a popularidade da nova administração.
O BC é responsável por definir a taxa básica de juros, atualmente em 13,75%. O presidente Lula repetidamente pressionou Campos Neto a reduzir a taxa, que é considerada a maior do mundo em termos reais. Isso porquê os indicadores econômicos já apontam para um cenário deflacionário e a economia esfriou após os primeiros meses de governo, conforme a última prévia do Produto Interno Bruto (PIB).
Lindbergh é presidente da Frente Parlamentar Contra os Juros Abusivos. Em junho, ele protocolou denúncia no Conselho Monetário Nacional (CMN) Campos Neto por descumprimento dos objetivos da instituição. O parlamentar pede que o órgão avalie a possibilidade de pedir ao Senado Federal a exoneração do presidente do BC.
O deputado destacou que a política de aperto monetário conduzida por Campos Neto persiste há meses mesmo diante dos sinais positivos da economia. Para Lindbergh, essa postura pode travar a trajetória de crescimento e impedir a geração de empregos, prejudicando os esforços de retomada econômica.
"A autonomia do BC é como se fosse o último refúgio bolsonarista no governo. Campos Neto trabalha para prejudicar a economia, fazer com que a economia fique travada, a gente não consiga gerar tantos empregos e o Lula perca popularidade. Temos um Congresso conservador, mas essa é a grande batalha nossa nesse período, fazer a pressão contra Campos Neto", afirmou o deputado.
CAMPOS NETO CENSURA DIRETORES - Lindbergh também destacou o caso envolvendo a tentativa de censura às entrevistas dos diretores do Banco Central após a chegada de Gabriel Galípolo, ex-número 2 do Ministério da Fazenda e hoje diretor de política monetária, à instituição. O BC negou praticar censura contra seus diretores. "Campos Neto vive falando com a imprensa, mas ele achava que aquilo incomodava, causava uma pressão adicional nele. É uma postura de um garoto mimado, fruto da elite brasileira, com característica autoritária que pensa que pode sabotar o país desse jeito", criticou Lindbergh.
Diante dos acontecimentos, o deputado defendeu a exoneração de Campos Neto, alegando que o presidente do BC teve desempenho insuficiente e que sua permanência no cargo será uma sabotagem constante ao governo de Lula e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Posteriormente, a agência Reuters revelou que Campos Neto defendeu a terceirização da gestão de ativos nacionais em uma entrevista à multinacional de investimentos BlackRock. Vale lembrar que o BC é responsável pela gestão das reservas internacionais brasileiras. De acordo com informações do BC, o saldo das reservas atingiu a marca de US$ 347,4 bilhões em 18 de julho, alcançando um aumento de US$ 22,7 bilhões nos primeiros 200 dias do governo Lula. ASSISTA:
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