Ex-ministro das Relações Exteriores alertou sobre os erros políticos da tradicional legenda
O ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira, primeiro membro do PSDB a manifestar apoio a Lula nas eleições, falou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, sobre a atual crise do partido que, em suas palavras, está vivenciando uma "agonia". Segundo ele, o PSDB não é mais confiável nem para ser oposição e criticou duramente as decisões recentes da cúpula da legenda.
O ex-ministro das Relações Exteriores criticou a leitura equivocada que a cúpula do partido faz do quadro político atual e afirmou que o PSDB não consegue discutir temas de interesse nacional. "Para meu espanto, li a notícia de que o PSDB contratou um influenciador para definir o programa do partido. É um absurdo", criticou Nunes.
Ele também criticou o episódio em que o presidente Lula manifestou apoio ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, considerando-o um "grave erro político". Aloysio Nunes citou a falta de liberdade de imprensa e de eleições livres na Venezuela e classificou a situação no país como uma "ditadura".
O ex-chanceler enfatizou que a crise atual do PSDB não é repentina, mas sim fruto de anos de ausência absoluta de oposição ao governo de Jair Bolsonaro, com momentos em que a legenda apoiou medidas duvidosas.
Ele criticou a falta de liderança no PSDB, mencionando a ausência de candidatos fortes e pouca repercussão dos líderes formais do partido. Em suas palavras, o PSDB está em uma confusão entre vazio político, clientelismo e distanciamento da base social.
Questionado sobre a possibilidade de uma "terceira via", o ex-chanceler acredita que a união com base programática seria positiva, mas ressalta que o partido precisa abandonar a leitura equivocada do cenário político. Segundo ele, o PSDB atualmente não é confiável nem para ser oposição, deixando-o sem posição política clara.
Por fim, defendeu sua possível participação em trabalhos na Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e fez uma análise sobre o governo Lula, elogiando algumas iniciativas, como o resgate de programas sociais e a reconstrução da área da cultura. No entanto, alertou que o presidente precisa corrigir erros políticos, como o apoio a Maduro, para não abandonar os estrangeiros que defendem a democracia como valor absoluto.
Fonte: Brasil 247
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