A pedido da
Procuradoria-Geral da República, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal, mandou arquivar uma apuração sobre suposto patrocínio e
incentivo a atos antidemocráticos pelo deputado Tenente Coronel Zucco
(Republicanos-RS), presidente da CPI do MST. O magistrado entendeu que o parlamentar
já é alvo de uma investigação – sigilosa, aberta em novembro – sobre os mesmos
fatos.
As
informações que constam da petição agora arquivada – que tramita na Corte desde
maio – vão abastecer os autos da investigação em andamento desde novembro do ano
passado. No bojo de tal apuração, Alexandre decretou o bloqueio de canais,
perfis e contas do deputado nas redes sociais.
“Considerando
a existência de petição específica, em que são conduzidas as investigações
relacionadas ao Deputado Federal Coronel Zucco, junte-se cópia destes autos à
Pet 10.685/DF, com posterior arquivamento destes autos”, anotou o ministro em
despacho publicado nesta terça, 25.
Ao
requerer o arquivamento do procedimento que mira Zucco, a PGR apontou que os
autos estavam ‘incompletos, com documentos corrompidos ou faltantes’. Depois,
avaliou que os fatos imputados ao deputado no bojo de tal petição já estavam
abarcados pela investigação sigilosa conduzida desde novembro.
O
procedimento agora arquivado por Alexandre chegou à Corte em maio. Ele foi
aberto a partir de uma notícia de fato remetida ao STF pelo Ministério Público
Federal. O documento narrava que Zucco estaria ‘perpetrando crimes mediante
patrocínio e incentivo a atos antidemocráticos, seja em território gaúcho, seja
na cidade de Brasília’.
A
notícia de fato citava que o nome de Zucco aparece em uma lista enviada pela
Polícia Civil do Rio Grande do Sul ao Supremo, em novembro de 2022, com
possíveis lideranças das manifestações que fecharam rodovias após a derrota do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição e dos acampamentos montados em
frente a instalações das Forças Armadas para pedir intervenção militar.
O Tribunal
Regional Federal da 4.ª Região decidiu enviar o procedimento à Corte máxima em
razão do foro por prerrogativa de função do deputado. À época, a Procuradoria
da República no Rio Grande do Sul argumentou que o Supremo tem concentrado as
investigações sobre os atos golpistas vistos depois da eleição.
No
dia 19 de maio, Alexandre atendeu o pedido e mandou a PF investigar Zucco. O
parlamentar não deixará de ser investigado, a apuração somente continuará em um
procedimento específico e anterior – que já estava averiguando sua conduta.
Fonte: Bem Paraná
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